“Um grupo de profissionais do Correio Popular – veículo que circula em Campinas, no interior de São Paulo – realizou protesto contra atraso de salários, vale refeição e férias por parte do jornal. De acordo com o grupo, em alguns casos, o pagamento chega a demorar até 20 dias”. Foi dessa forma que a reportagem do Portal Comunique-se noticiou no início desta semana a ação liderada por jornalistas no último sábado, 10. Dias depois do ato, três jornalistas foram demitidos por justa causa.
Com as dispensas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) denuncia “prática antissindical e assedio moral” por parte do comando da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), grupo responsável pela manutenção dos jornais Correio Popular e Notícias Já, também baseado em Campinas. Para a entidade, houve por parte da empresa de comunicação “clara retaliação ao protesto”. Ao repudiar as demissões, a instituição reforça que os profissionais exerceram direito em divulgar a “dura realidade e a incerteza que a categoria enfrenta há sete meses”.
Ainda sobre as demissões dos três jornalistas, que não tiveram as identidades e cargos divulgados, o SJSP garante que levará o caso à Justiça do Trabalho para exigir a reintegração dos comunicadores – isso, caso a direção da RAC não abrir diálogo com o sindicato até o fim da tarde de sexta-feira, 16. Além de recorrer ao poder Judiciário, a entidade pontua que se o pedido não for atendido, os jornalistas remanescentes nas redações dos veículos da casa deverão entrar em greve ainda nesta semana.
Problemas salariais
O SJSP afirma que os problemas enfrentados ultimamente pelos funcionários da Rede Anhanguera de Comunicação vão além de atrasos de salário, vale refeição e férias. A instituição afirma que funcionários chegaram a ter de enfrentar o “leão”, uma vez que a empresa de comunicação não estaria “fazendo corretamente o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), da previdência social (INSS) e do Imposto de Renda”, o que levou “vários profissionais a caírem na malha fina”.
“Como se não bastasse desrespeitar seus trabalhadores com tantos meses de atrasos e outras irregularidades, a RAC ainda tenta justificar sua atitude no documento enviado aos demitidos, no qual a empresa escancara que a participação no protesto motivou a rescisão de contrato, pois ‘as atitudes tiveram o condão de quebrar a confiança necessária para manutenção do vínculo de emprego, autorizando a rescisão por justa causa’”, reclama, por fim, o sindicato. Até o momento, a direção da RAC não comentou as demissões.
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