Opinião

Dezembros vividos e vívidos – por Marli Gonçalves

Desde, especialmente, a eleição do desgoverno atual, os meses têm sido ainda mais difíceis e absurdos do que normalmente já o eram no país. Uma escalada dramática e 2022 está por perto tentando abrir a porta da esperança. Resolvi – veja o quanto somos resilientes – rever algumas frases de meus artigos publicados justamente nos três dezembros passados e que acabam por nos dar conta dessa agonia, porque elas ainda, infelizmente, tratam do nosso cotidiano atual. Parece que foi hoje, foi ontem, e precisamos mudar o amanhã

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  1. “A bola de cristal se enevoa. Uma nuvem de fumaça cobre as reais intenções de um jogo que está no tabuleiro, onde as peças, escolhidas e posicionadas, em grande parte são militares, outras evangélicas. O objetivo comum, convergente para o centro, mas uns já pensam em “comer” (linguagem de jogo) os outros, ou derrubá-los no caminho”. PREVISÕES: FURDUNÇO GERAL (8-12-2018)
  2. “O problema é sempre o homem, o real. Assim acontece em outras crenças, devoções, lideranças religiosas de todos os credos. Excelentes comunicadores, hábeis negociantes, constroem impérios com tijolos da crença, que mantêm com financiamentos a pleno vapor. Tudo em nome de Deus, da criação, da Bíblia, das juras, imposição de pecados e culpas, de uma moral para os outros”. A MORAL ALHEIA E OS SALVADORES CHEIOS DE CULPAS (14-12-2018)
  3. “Não por menos agora a moda seja a comunicação de tudo, vai, me diz se não é verdade, de tudo, sendo feita via redes sociais. O Twitter é o predileto dos políticos que anunciam o que bem querem, o que pensam e muitas vezes nem pensam para escrever, o que fazem muitas vezes em alterados estados na madruga…e depois do rolo, correm para apagar. Outra coisa que também é digna de nota: escreveu, não leu, o pau comeu, ou seja, não dá mais para apagar. Em algum canto do planeta alguém copiou, printou, fotografou, guardou, salvou, arquivou e vai esfregar na cara de quem disse que não disse, na primeira hora que for possível. Por enquanto a única saída é alegar que foi hackeado, que teve o computador invadido e as contas usadas”. COMUNICAÇÃO DO ALÉM. PARA ALÉM DE NÓS. (21-12-2018)
  4. “Que os próximos trezentos e tantos dias sejam de Paz, boas notícias, que não percamos nunca a força de enfrentar a maré e voltar à tona. Inclusive fazendo ondas, inventando modas e nos reinventando”. MERGULHE. E VOLTE SEMPRE À TONA. (28-12-2018)
  5. “O que é amizade nesses tempos atuais? Nas redes sociais, temos e chamamos de amigos pessoas que nem conhecemos, pior, muitas que jamais conheceremos. Fazemos e desfazemos esses laços apenas com um clique, sem dor. Agora é hora do tal amigo secreto, quando pessoas que se odeiam se sorteiam e pensam seriamente em dar presentes mortais”. AMIGO NÃO É PARA SER OCULTO (6-12-2019)
  6. “Apavorante, repito. Discursos de ódio, manipulação nas eleições, ataques aos movimentos sociais, as relações humanas, tudo poderá ser afetado de forma ainda mais violenta do que o que já vem ocorrendo celeremente em todo o mundo. Tudo virtual, não haverá como prender o autor de calúnias, difamações, informações falsas que aparecem nas imagens, porque ele simplesmente não existirá”. DEEPFAKES: O FUTURO QUE NOS ESPERA E ENGANARÁ (13-12-2019)
  7. “Chegou o final do ano e ainda está lá. E muitos dos que me leem entenderão a surpresa porque, inclusive, nem achávamos que seria tão ruim assim; só que foi ainda pior do que as previsões, coisa de louco esse time todo, e que se mantém com apenas uma pequena parte de jogadores em forma. Os outros só deformam, chutando bola plana, pisando no tomate e arremessando abobrinhas”. O JOGO CONTINUA (20-12-2019)
  8. “É desejar muito que tenhamos mais consideração, respeito, que nossos ouvidos não ouçam tantas bobagens e provocações, cada uma que até parece duas? Esse desejo é geral, antes que eu esqueça de frisar, porque esse será ano eleitoral e vai ter muita gente querendo meter os pés pelas mãos. A política não pode se distanciar das pessoas e é a municipal, a que nos cerca mais de perto, que deverá ser escolhida agora. Sua cidade, seu bairro, sua rua, sua casa.
    Não quero mais também ver tanta gente jogada nas ruas dormindo um sono como se tivessem sido desligadas de repente. E ali caíssem, como sacos de lixo, em sarjetas, calçadas, debaixo de árvores, pontes e viadutos, ou vagando nas ruas com suas mochilas rotas onde levam o muito pouco que têm”. É DESEJAR MUITO? (26-12-2019)
  9. “E daí? Daí, nada. Nadica. Do jeito que estava, está, ficará, derrubará mais. Não há como não fazer um paralelo com a situação política. O que adianta tantos comentaristas, tantas notícias, análises, tantas revelações, reportagens, denúncias, médias móveis de casos e mortes na montanha russa dos gráficos? O tal presidente, os tais ignóbeis Filhos do Capitão, os tais ministros, os políticos em suas amadas reeleições até por falta de opções, a insana marcha da doença nas burras aglomerações que espalham a morte – tudo aí, assim como as esburacadas calçadas, passeios e meios-fios”. TROPEÇOS E TROPICOS (4-12-2020)
  10. “Parem! Essa exaustão contínua, diária, nos leva a caminhos sem volta, nos tornando – a todos – tristes, amargurados. Revoltados. Descrentes. Apavorados. Tudo já andava muito difícil, mas a pandemia chegou para tornar a situação brasileira praticamente insuportável pela insanidade que atinge os que deveriam buscar soluções; pior, aplaudidos por desinformados por essa impressionante turba de ignorantes gestados nesses tempos e que vêm saindo dos ralos”. POR FAVOR, PAREM, AGORA! (11-12-2020)
  11. “Nunca, creio, pelo menos desde que nasci, e isso já faz tempo, desejamos tanto um ano realmente novo e que ocorra uma mágica –as coisas sendo resolvidas, a pandemia controlada e que uma luz de consciência se abata sobre os governantes. Ou, então, que eles sejam abatidos, pelo nosso bem”. 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (18-12-2020)
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Marli Gonçalves

Jornalista formada pela FAAP, em 1979. Diretora da Brickmann&Associados Comunicação, B&A. Tem 40 anos de atuação na profissão, com passagens por vários veículos, entre eles Jornal da Tarde, Rádio Eldorado e revista Veja. Na B&A, além de assessoria de imprensa e consultoria de comunicação, especializou-se em gerenciamento de crises, ao lado de Carlos Brickmann, com quem trabalha desde 1996. Também é editora do Chumbo Gordo, site de informações da B&A. Mantém, ainda, o blog particular Marli Gonçalves (http://marligo.wordpress.com). Desde 2008, escreve semanalmente artigos e crônicas para inúmeros jornais e sites de todo o país sobre comportamento, feminismo, liberdade e imprensa. Entre suas atividades na área de consultoria, comunicação empresarial e relações públicas foi de 1994 a 1996 gerente de imprensa da multinacional AAB, Hill and Knowlton do Brasil (Grupo Standard, Ogilvy & Mather). Participou de várias publicações e veículos, entre eles, Singular & Plural, Revista Especial, Gallery Around (com Antonio Bivar), Jornal da Feira, Novidades Fotóptica, A-Z, Vogue. Na área política, foi assessora de Almino Affonso, quando vice-governador de São Paulo, e trabalhou em várias campanhas, entre elas, de Fernando Gabeira e Roberto Tripoli.

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