O sedentarismo pode afetar até 500 milhões de pessoas no mundo todo até o fim da década, segundo a OMS, com doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis. O número é praticamente o dobro da população inteira do Brasil. Segundo dados do IBGE, em 2019, 40,3% dos brasileiros estavam sedentários.
É este cenário que faz com que o próximo dia 10 de março, estipulado pela OMS como o Dia Mundial do Combate ao Sedentarismo, seja tão importante. A data é simbólica, mas o debate em torno do problema precisa ocorrer o ano todo.
Como cada um pode agir para mudar esta realidade? “A sua saúde só depende de você; você define até onde quer ir. Tem coisas que não podemos esperar pelos outros e cuidar de si próprio tem de ser a sua prioridade. O que pode ser mais importante que a própria saúde?”, indaga o Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista e especialista em melhoria da qualidade de vida.
O Dr. Rizzieri também traçou um plano de como adotar práticas esportivas no dia a dia. “Podemos dizer que um hábito é como uma rotina de comportamento que se repete regularmente em nossas vidas e de forma automática. Toda vez que decidimos iniciar um novo hábito, o mais difícil não é começar a atividade, e sim mantê-la. Mas quando conseguimos, ele se torna parte da vida diária.”
Conhecer as próprias limitações pode ser o primeiro passo para conseguir estabelecer esta mudança. “Não se trata de acomodação e, sim, de reduzir a frustração inicial do processo de mudança. Imagine alguém sedentário que, subitamente, resolva fazer exercício físico sete vezes por semana sem ter calculado a dimensão do tempo que afetará suas atividades diárias. A chance de manter esse combinado e transformá-lo em um hábito começa a se reduzir simplesmente pelo número de vezes que não for possível cumprir”, prossegue.
Planejamento, autoconhecimento e estabelecer metas atingíveis formam esse caminho. É possível listar sinais de que uma nova rotina está se formando. “Por exemplo, a pessoa se dá conta de quais são os fatores que tiram o foco e passa a lutar contra eles. Além disso, começa a sentir os benefícios da mudança e não sente mais tanta dificuldade em praticar atividades saudáveis no dia a dia. O próximo passo é observar indícios de que os objetivos estão sendo alcançados e planejar quais serão os próximos”, acrescenta o Dr. Rizzieri.
Uma das atividades mais recomendadas para vencer o sedentarismo é a corrida, por ser praticada ao ar livre e sem necessidade de grandes investimentos. Aqui vão 10 dicas do Dr. Rizzieri para correr de maneira saudável:
- Investir o tempo fazendo o alongamento corretamente antes de começar qualquer atividade física.
- Começar caminhando. Com certeza alguém que hoje corre muito não começou nem com distâncias, nem em alta intensidade.
- Não correr todos os dias (pelo menos no começo).
- Intercalar a intensidade, alternando entre corrida e caminhada.
- Ter metas; para que a pessoa possa melhorar é preciso de um objetivo. Pode ser conseguir correr um quilômetro, para iniciar. Depois aumentar gradativamente, conforme sentir segurança.
- Investir em um bom tênis adequado para o seu peso e para a pisada. Tênis é fundamental para minimizar lesões.
- Fazer uma avaliação física, um teste de esforço, principalmente se a pessoa tem comportamento de risco, ou seja, está acima do peso, fuma, consome bebida alcoólica ou tem histórico familiar de doença cardiovascular.
- Ter ferramentas para medir o desempenho. Uma delas pode ser um relógio que mensura a frequência cardíaca.
- Não se comparar com ninguém. Cada pessoa tem seus objetivos pessoais.
- ‘Escutar’ o corpo. Ele pode dar sinais de que já está chegando no limite. Respeitá-lo para não ter lesões é essencial.