O Brasil abriga cerca de 12% das florestas do mundo nativas e pode ampliar ganhos com mercado de carbono e outros projetos de restauração. Uma em cada dez espécies conhecidas no mundo está na Floresta Amazônica, segundo a organização WWF (World Wildlife Fund). O bioma que tem o maior número de espécies de plantas e animais vivos no mundo, compreende 40% de toda a América do Sul e 60% desse território fica localizado no Brasil. Mas a importância fundamental de toda essa biodiversidade da floresta, torna a Amazônia um tema de interesse global.
O Dia Nacional de Proteção às Florestas é uma data que visa avançar na consciência coletiva e na construção de políticas públicas unindo os aspectos ecológicos, econômicos e sociais.
“É preciso gerir, monitorar e avaliar esses espaços de forma eficiente, o que significa cumprir os objetivos de criação das áreas protegidas, manter a biodiversidade, as culturas e das comunidades locais e tradicionais além de contribuir com serviços ecossistêmicos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas”, relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.
“A floresta, além dos benefícios que gera para a própria natureza, traz subsídios essenciais para as pessoas, aumentando a produtividade de culturas agrícolas, a proteção da água e do solo, melhoria do clima, entre outros fatores fundamentais para a manutenção da nossa vida”, salienta Ricardo Ribeiro Rodrigues, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor do departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Em todo o mundo, as florestas tropicais seguem ameaçadas, apesar do acordo global firmado há quase dois anos para sua proteção. É o que mostra a mais recente atualização do Global Forest Watch (GFW), do WRI. De forma geral, os números mostram que a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo, assinada por mais de 140 países, incluindo o Brasil, na COP26, em 2021, não está alcançando seu objetivo de preservação desses biomas.
No Brasil, a perda de florestas primárias cresceu 15% em 2022, a maior parte, na Amazônia. “Os dados mostram que a participação do Brasil na perda de florestas tropicais vem aumentando nos últimos anos”, diz Jefferson Ferreira-Ferreira, Coordenador de Ciência de Dados de Florestas do WRI Brasil.
Aprovada pelo Senado Federal no final de maio, a Lei nº 14.590/2023 prevê mudanças na Lei de Gestão de Florestas Públicas, responsável por garantir a proteção das florestas brasileiras e combater a prática ilegal de apropriação de terras, ocupações irregulares e a exploração irresponsável dos recursos naturais.
“Um novo modelo econômico na Amazônia, pautado pela valorização dos atributos naturais e sociais da região, pode gerar inúmeras oportunidades e empregos inclusivos. Esse formato, que tornará a Amazônia a grande catalisadora da descarbonização de toda a economia brasileira, é, sem dúvida, a maior oportunidade de desenvolvimento econômico e social da história contemporânea do país”, destaca Rafael Feltran-Barbieri, economista sênior do WRI Brasil.
“Quanto mais aprendemos sobre como as florestas interagem com a atmosfera, mais percebemos como as árvores influenciam o clima em escala local e global”, conclui Vininha F. Carvalho.