As doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca, infarto e AVC, são as que mais matam no Brasil. A SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) estima que, no país, aproximadamente 14 milhões de pessoas têm alguma enfermidade do coração ou da circulação sanguínea.
Segundo o Cardiômetro, indicador criado pela SBC que possibilita acompanhar o número de mortes ocasionadas por complicações e agravamento de doenças cardiovasculares, ocorreram no Brasil mais de 187 mil óbitos até junho de 2023.
Além dos riscos à saúde da população, as doenças cardiovasculares causam prejuízos econômicos à sociedade como um todo, visto que, ano após ano, as despesas com tratamentos médicos e pagamentos de auxílios e benefícios previdenciários devido à incapacidade laboral têm grande impacto nos cofres públicos.
Um levantamento denominado “Dimensionando os impactos da insuficiência cardíaca no ambiente ocupacional brasileiro”, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro e pelo Serviço Social da Indústria e baseado em registros do SUS (Sistema Único de Saúde) e do Dataprev, o sistema de dados da Previdência Social, revelou que, entre 2018 e 2021, foi gasto R$ 1,4 bilhão com hospitalizações em decorrência de quadros de insuficiência cardíaca, um tipo de doença cardiovascular caracterizado pela dificuldade do coração em bombear o sangue, comprometendo, assim, o pleno funcionamento do organismo.
“Esses dados denotam uma inversão histórica na atenção à saúde. Quando não se consegue atingir níveis ótimos de prevenção, ocorrem dois reflexos: a necessidade de alto volume de tratamentos caros, complexos e longos, e o aumento exponencial do número de pessoas que passam a depender de benefícios previdenciários”, alerta o Dr. Sérgio Francisco, cirurgião cardiovascular formado pela Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O especialista argumenta que é fundamental que o governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, amplie o acesso da população a cuidados básicos e preventivos, objetivando a redução das taxas de mortalidade e das despesas com a saúde pública decorrentes de enfermidades cardiovasculares.
“Para haver a diminuição dos gastos públicos, é necessário ‘pesar a balança’ para o lado da prevenção, pois sempre custará mais caro financiar programas de medicamentos, tratamentos e cirurgias após o surgimento das doenças do sistema cardiovascular e suas complicações”, conclui o cirurgião.
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