O Brasil perdeu 15% da superfície de água de 1986 para cá, segundo um mapeamento realizado pelo MapBiomas sobre a dinâmica da água em território nacional. De acordo com o balanço, diversos estados do país já têm de lidar com as consequências dos baixos níveis de água em suas bacias hidrográficas.
Em 2018, um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) apresentado no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, alertou que a falta de água poderá afetar 5 bilhões de pessoas até 2050 – o que corresponde à metade da população mundial estimada para o final da primeira metade do século.
Cesar Felipe de Lima, técnico responsável da Agência Leão, que presta serviços para a Doctor Caça Vazamentos e Desentupidora, explica que, para além da importância da água para a vida humana e para o meio ambiente, este recurso natural é um elemento importante para a manutenção das hidrelétricas e o consequente fornecimento de energia.
“Mais de 67% da energia elétrica gerada no país tem como base as hidrelétricas, e a economia de água é uma peça-chave para o funcionamento da energia, já que com os níveis baixos, as hidrelétricas não têm tanta eficiência como de costume”, relata Lima. Com isso, para suprir a necessidade elétrica, liga-se as usinas termelétricas, aumentando o custo de energia na conta de luz da população”, complementa.
O país tem 219 usinas hidrelétricas de grande porte em operação, 425 pequenas centrais hidrelétricas e 739 centrais geradoras hidrelétricas, de acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Em outubro do último ano, os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste registram o nível mais baixo de água para esta época do ano desde 2000, quando começou a série histórica do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). No dia 14 de outubro, o armazenamento médio nos reservatórios foi de 16,86% – índice abaixo do registrado em 2001, de 21,4%. Quando somados, os reservatórios das duas regiões respondem por mais da metade do potencial de geração de energia do Brasil.
O técnico responsável da Agência Leão vê uma relação direta entre o desperdício de água e os níveis baixos de hidrelétricas. “Quando há desperdício – seja por parte de um cidadão que lava o carro utilizando uma mangueira, ou por parte de uma indústria que não realiza o tratamento adequado -, a água não pode ser reutilizada em reservatórios hidrelétricos”. afirma.
O resultado do desperdício são baixos níveis, baixa eficiência e, consequentemente, um alto custo de energia elétrica, reitera Lima.
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