Com Walter Longo na presidência, a Editora Abril chegou a uma certeza: investir em plataforma é algo cada vez mais promissor. Em encontro com a imprensa nesta quinta-feira, 2, a empresa mostrou que não vai medir esforços para gerar receita, o que inclui transformar em clientes empresas que até então eram vistas como concorrentes. É assim que vai funcionar a Abril Assinaturas, que deixa de ser um departamento da Abril Mídia e passa a ser uma unidade de negócios, fornecendo gestão de receita recorrente para outras editoras e players. “É uma visão de negócio e não mais de departamento”, declara Longo. Ainda que o projeto tenha sido divulgado apenas agora, a ideia já conquistou seis clientes.
Atualmente, a Abril tem 3,4 milhões de assinantes, mil vendedores espalhados pelo Brasil e dois mil operadores de telemarketing, além de expertise conquistada ao longo de 45 anos no ramo de gestão de receita recorrente. A ideia da Abril Assinaturas é atuar como plataforma de vendas com serviços de processamento, atendimento, criação de marketing direto, vendas de assinaturas multicanais e ações de renovação e retenção da carteira de assinantes.
Longo revela que o lançamento dos produtos GoBox, GoRead e Abril Multiassistência – genuinamente de assinaturas – impulsionou a criação da unidade de negócio lançada nesta semana. “Era fundamental fazer isso, principalmente porque lançamos produtos que precisam da expertise de gestão de receita recorrente. Queremos ter uma grande central de assinaturas”. O presidente fala sobre os benefícios da iniciativa ao citar que até mesmo os consumidores vão tirar proveito do modelo. “Ele terá todos seus produtos centralizados em um único canal”.
Por ora, são clientes da Abril Assinaturas a Ediouro Publicações (com a marca Coquetel), a Editora GR1 (revistas Náutica, Pense Leve, Mergulho, Pesca), a Editora Manchete (revista Pais e Filhos), a Editora Planeta DeAgostini (Coleções), a HughesNet (serviço de vendas de assinaturas de internet banda larga via satélite) e a Playkids (plataforma de entretenimento infantil).
Diretor-superintendente de Assinaturas, Ricardo Perez afirma que estava na hora de estender este tipo de serviço ao mercado. “Oferecer um serviço como este só é possível pois, ao longo dos últimos anos, adquirimos uma expertise de atuação em vendas, atendimento e controle operacional como poucas empresas do país”.
Mudança de modelo
Longo diz que o mundo dos negócios passou por um processo de evolução até se chegar ao conceito de plataforma. O presidente do Grupo Abril acredita que o formato é promissor e vai de encontro à modernidade. “Saímos de produtos para negócios e agora caminhamos para as plataformas. O modelo de assinatura ganha cada vez mais os consumidores. É uma área promissora”.
Sobre a mudança no foco de negócios da Editora Abril, Longo explica que as empresas precisam gerar receita para continuar livre. “Quando você vê a publicidade dividida em tantas partes, logicamente que o modelo precisa ser alterado e novas receitas precisam chegar para garantir a independência da imprensa. A ideia de vender produtos faz sentido. Dizem que mídia é o lugar onde a atenção encontra o conteúdo. Se eu tenho a atenção e sou rei no conteúdo, porque não aproveitar esse feliz encontro para oferecer serviços e produtos que permita gerar receita para ser livre? Isso precisa ser percebido o quanto antes pelas empresas de mídia”.
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