Editoras precisam ouvir os jornaleiros para o impresso ter sucesso, diz dono de banca centenária

No mesmo lugar há mais de 100 anos, a banca de jornal que leva o nome da TV Gazeta carrega casos e histórias sobre a imprensa brasileira. Localizada na Avenida Paulista, o contato com os estudantes da Cásper Líbero também contribui para os registros. Gilmar Prates, o terceiro dono da banca, conta como essas informações podem ajudar editoras e jornalistas.

“As revistas que mais vendem aqui são as que falam sobre a morte de alguém. Não há originalidade nas reportagens e em todas saem os mesmos assuntos”, explica.

Para o empresário, os editores do impresso precisam ter mais criatividade e olhar mais para o que acontece na sociedade. “Os clientes reclamam para mim e não para as editoras”, conta.

A solução para este problema, segundo Prates, seria ouvir as pessoas que trabalham nas bancas. “As editoras precisam fazer uma pesquisa, nos ouvir porque elas ficam tentando trazer coisas legais, mas sem saber o que vai dar certo”.

Ainda sobre as histórias da banca, o espaço, fisicamente pequeno, já foi palco, por exemplo, de encontros. Quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, uma comemoração na Cásper trouxe tantos leitores que marcou o dia em que a banca mais vendeu em toda a sua história.

“O brasileiro gosta muito de impresso, faz parte da cultura”, conta. Prates não acredita no fim do impresso, mas reconhece que em tempos passados as vendas eram maiores nas bancas de jornal.

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