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Educadora defende Base Nacional de Formação Docente para valorizar o professor brasileiro

Brasil é o país que menos valoriza seus professores, segundo pesquisa britânica. Debate aponta soluções para o problema

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20/8/2020 –

De acordo com o último Índice Global de Status de Professores, do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social da Inglaterra, o Brasil é o país que menos valoriza seus professores, entre as 35 nações avaliadas. A pesquisa mostrou ainda que, quanto mais os professores são valorizados, melhor é o desempenho do país no programa internacional de avaliação de alunos, o PISA. Segundo especialistas, essa realidade é fruto de diversos fatores, que envolvem não apenas estrutura e investimento, mas principalmente a formação inicial e continuada desses profissionais.

“A gente vê, pela faixa salarial, pelas condições de trabalho na escola pública, pelo fato de serem muito sobrecarregados na rede privada, que é sim uma profissão pouco escolhida no Brasil, infelizmente. E, por outro lado, temos uma demanda muito grande. Se queremos, de verdade, formar um país e dar um salto para o século XXI na nossa educação, precisamos dos melhores em sala de aula”, explica Julia Andrade, mestre em Educação e fundadora da ATIVA Educação – Abordagem para Tornar Visível a Aprendizagem. Ela ressalta que “nenhuma rede de ensino vai ser melhor que seus professores”.

A coordenadora pedagógica, mestre em Arte e Educação e cofundadora do Projeto ComPosição: Encontros de formação, Renata Araújo, também acredita que a raiz do problema é o foco em outras áreas da educação em detrimento do professor. “Nós temos, cada vez mais, visto escolas buscando espaço para o seu próprio desenvolvimento e esquecendo que uma boa escola e uma boa formação para os alunos só se fazem com bons professores”, explica a especialista.

Renata pondera que a valorização e o reconhecimento vêm sendo transformados aos poucos, mas acredita que a desvalorização acontece quando há uma tentativa de mudança da escola em relação ao ensino sem um investimento muito significativo na formação do professor. De acordo com a pesquisa Profissão Docente, realizada com 2.160 professores da Educação Básica em todo o Brasil em 2018, 71% dos educadores estão insatisfeitos com a formação inicial, especialmente na prática da profissão, e 69% gostariam de mais oportunidades de formação continuada.

Para Julia, o movimento de transformação precisa ser realizado na prática pedagógica. “Acredito que essa valorização acontece, ou deveria acontecer, em serviço, dentro da própria escola. Então, se os gestores e os coordenadores pedagógicos não dedicam um espaço consistente de formação, de reflexão, de estudo da prática, de construção de documentação que possa ser compartilhada entre os educadores para que se tenha um aprofundamento das reflexões, realmente essa valorização dificilmente acontecerá”, expõe. Ela ainda sugere a criação de uma “Base Nacional de Formação Docente”, para os professores, assim como foi criada a Base Nacional Comum Curricular, que é voltada para o currículo dos alunos.

Campanha de motivação à valorização

Para levar um sentimento de maior valorização aos professores brasileiros, a Editora Aprende Brasil criou uma campanha que incentiva famílias e alunos a homenagearem o trabalho dos educadores durante o período de isolamento social. “A campanha SuperProf dá voz aos alunos para que eles sejam os protagonistas da real e necessária valorização dos profissionais da educação e tem como objetivo homenagear os professores de todo o país incentivando pais e alunos a compartilharem os ‘superpoderes’ dos seus superprofs”, conta Damila Bonatto, gerente de marketing e produto da Editora Aprende Brasil e idealizadora da campanha. “Os vídeos e as mensagens compartilhadas pelos alunos são divulgados pelo Aprende Brasil com a hashtag #MeuSuperProf e eles têm demonstrado um respeito e um carinho genuínos pelos professores. Muitos contam que sentem saudade das aulas e que estão com dificuldade de aprender sem o contato direto com o professor”, conta.

A valorização dos professores é o tema do sétimo episódio do podcast PodAprender, com o tema “A reinvenção e a valorização do professor – como o papel e a imagem do educador mudou com o passar do tempo”, com a participação de Julia Pinheiro Andrade e Renata Araújo. Com produção da Central Press Brasil, o PodAprender é uma realização da Editora Aprende Brasil, que atende 266 mil alunos em mais de 200 municípios brasileiros. Ao longo de 24 episódios quinzenais, são abordados temas relacionados à Educação com convidados com vasta experiência na área. O programa pode ser ouvido no site http://sistemaaprendebrasil.com.br/podaprender/, nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts disponíveis.

Website: http://sistemaaprendebrasil.com.br/

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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