A jornalista Pilar Álvarez é a primeira a ocupar o posto de editora de gênero do El País
Planejar e melhorar a cobertura sobre os temas de gênero, além de garantir equilíbrio na presença de homens e mulheres nas informações. Esses são os principais desafios de Pilar Álvarez, a primeira jornalista a assumir o cargo de editora de gênero do El País. A informação foi divulgada pelo impresso, que afirma que quer “continuar dando atenção especial ao novo papel da mulher na sociedade”.
Em entrevista ao próprio El País, Pilar Álvarez comenta que vai atuar como uma vigia para que haja equilibrio na cobertura. “Como diz uma colega minha, se você não tem a visão da mulher, você perde a metade”, afirmou. O impresso explica que o trabalho da jornalista será transversal a todas as editorias. Ou seja, não se trata apenas de escrever mais sobre as mulheres, mas de incluir mais mulheres em histórias. “A cobertura que a editora de gênero estimulará será também internacional, apoiada na rede de redações e jornalistas que o EL PAÍS possui em diversos países, com atenção especial para a América Latina”.
Ao divulgar a novidade, o veículo de comunicação lembra algumas coberturas como a de 1976 sobre voos fretados em que espanholas viajavam para abortar em Londres e a investigação que apontou quantas mulheres eram vítimas de violência machista em 2001.
O El País iniciou as operações no Brasil em 2013 e, de lá para cá, veiculou série de reportagens sobre a situação do aborto no país, a desigualdade salarial entre homens e mulheres e a violência constante contra as mulheres. No ano passado, a redação do El País em São Paulo foi a única do Brasil em que as mulheres cruzaram os braços no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, para reivindicar direitos e igualdade.