Produto jornalístico exibido na TV nas noites de domingo, o ‘Câmera Record’ vai colocar em pauta uma história que chocou o país. Na próxima edição, o programa vai relembrar do cárcere privado que durou mais de 100 horas em Santo André (SP) e que acabou em morte. Com dez entrevistas exclusivas, a atração apresentada por Marcos Hummel reviverá o caso Eloá Cristina Pimentel da Silva. Com atenção do público e da imprensa, a jovem foi assassinada pelo ex-namorado em outubro de 2008.
Hoje apresentador do ‘Balanço Geral’, programa que normalmente supera a Globo na audiência, Reinaldo Gottino cobriu o caso como repórter da própria Record TV. Ao programa da casa, ele aproveita para rechaçar críticas relacionadas ao trabalho exercido por jornalistas e veículos de comunicação no episódio. Na Rede TV, Sônia Abrão chegou a conversar ao vivo – por telefone – com Lindemberg Alves Faria, o sequestrador que, dias depois, mataria a ex-namorada.
Gottino analisa que as ações da mídia foram feitas em decorrência do interesse demonstrado pelo povo. “O interesse do público foi algo que chamou a nossa atenção, porque não estava apenas a Record TV nesta cobertura. Outras emissoras também estavam em tempo real, em uma transmissão ao vivo. E o interesse era muito grande. As pessoas comentavam na rua: ‘meu, e o caso Eloá? Será que ela vai conseguir sair? Ela está lá com a amiga”, diz o jornalista na entrevista que será exibida pelo ‘Câmera Record’.
Enquanto coloca o desempenho da imprensa como consequência do interesse público, Reinaldo Gottino tece críticas à conduta adotada pelas autoridades responsáveis pelo caso. O jornalista relembra que Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá que também estava sob domínio de Lindemberg, chegou a ser liberada do cárcere. Porém, com o aval de policiais, voltou ao apartamento. “Este foi um dos poucos casos, ou talvez o único na história da polícia brasileira, que um refém é libertado e você permite que ele volte ao cativeiro”.
Além de Reinaldo Gottino, a edição do ‘Câmera Record’ sobre o caso Eloá apresentará outras nove entrevistas exclusivas. A equipe do programa conversou com familiares de Eloá, testemunhas do crime, autoridades e jornalistas. A mãe e o irmão da jovem assassinada foram dos dos entrevistados. Ronickson – o irmão mais velho e que até então nunca tinha conversado com a imprensa – falou da conflituosa relação de Eloá com Lindemberg. “[Ele] tinha muito ciúmes dela, então ele acabava com ela e era como se não acabasse, no outro dia, ele achava normal”, relembra.
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