Na segunda-feira, 4, a repórter Elvira Lobato lançou seu livro Antenas da floresta: as aventuras das TVs da Amazônia (Editora Objetiva, Cia. das Letras) na Livraria da Travessa, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Antenas da floresta é uma história sobre repórteres, cinegrafistas e apresentadores que todos os dias fornecem a seu público notícias da Amazônia Legal.
Em 2015 e em 2016, Lobato foi ao interior dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Tocantins e Pará registrar o fenômeno das centenas de miniemissoras de TV da região, diferentes de retransmissoras do resto do país por terem permissão para produzir conteúdo próprio. “[O livro] tem muitas histórias de reportagens, de como os jornalistas trabalham no lugar”, conta Lobato. “Eu tinha um banco de dados sobre os proprietários das TVs, mas meu objetivo era saber quem era quem ali”.
A reportagem que deu origem ao livro começou com uma longa série multimídia veiculada pela Agência Pública no ano passado, a partir de duas expedições empreendidas pela repórter à Amazônia Legal. A terceira expedição teve o apoio da Companhia das Letras, e o material com as novas descobertas está sendo divulgado agora, na versão impressa.
“O que constatei foi um uso explícito das TVs pelos políticos, principalmente em estados como o Maranhão”, diz a repórter. “Todos os caciques têm televisão, e os jornalistas se aliam aos interesses dos patrões; isso é normal para eles. É um Brasil completamente diferente.”
O que grandes jornalistas queriam ouvir quando eram focas?
Segundo Elvira, os repórteres da região, fazem o “jornalismo possível”, aquele que podem exercer para não sofrerem represálias devido à pressão política local. Ao mesmo tempo, encontrou muitos profissionais com vontade de se qualificar e melhorar a cobertura. “Enquanto fazia a reportagem”, ela conta, “eu tinha uma dúvida: vale a pena termos essas emissoras, já que elas têm um uso político tão acentuado? Percebi que sim. É melhor tê-las do que não ter nada. São esses jornalistas que garantem que as populações locais se comuniquem, e comunicação é vida. Às vezes, as comunidades só têm televisão”.
“O livro fala de jornalistas, mas não é só para jornalistas”, continua. “Na história, eu convido o leitor a ir comigo, conhecer os jornalistas que conheci, ver como é seu trabalho. Se eu puder contribuir para que se desperte a atenção sobre esses profissionais, vou ficar muito feliz”.
Considerada uma “eterna repórter”, Elvira Lobato tem quatro décadas de uma carreira marcada por investigações de excelência e fidelidade aos melhores princípios do jornalismo. Em 2016, foi homenageada no 11º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, e a Abraji produziu um documentário sobre sua carreira.
“A repórter dentro de mim nunca se aposentou”, disse Lobato à Abraji em 2016, às vésperas da homenagem. “Se você é repórter, e você vê um fato, não pode ignorar. Sempre carrego na bolsa um gravador, o bloco de anotações e uma caneta. Nunca perdi esse hábito.”
Antenas da floresta: as aventuras das TVs da Amazônia pode ser adquirido pelo site da Companhia das Letras e pelo site da Livraria da Travessa. É possível ler as primeiras páginas do livro aqui.
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