Em livro, repórter analisa a força da bancada evangélica no Congresso

Em Nome de Quem: A jornalista Andrea Dip, da Agência Pública, lança livro que analisa a escalada das Igrejas Evangélicas ao poder

Chegou ao mercado a obra Em Nome de Quem, da jornalista Andrea Dip. O livro, que é da Editora Civilização Brasileira, do Grupo Editorial Record, é o desdobramento da reportagem investigativa Os pastores do Congresso, feita para a Agência Pública, onde a profissional atua como repórter. Para escrever o livrorreportagem, a comunicadora levou em consideração duas vertentes: a manutenção e ampliação de privilégios da igreja (como a isenção fiscal dos templos e de produtos culturais ligados a eles) e o controle dos corpos, por meio da aprovação de leis que coíbem avanços nos chamados novos direitos humanos, principalmente das mulheres e da comunidade LGTBQ.

Em entrevista ao Blog da Editora Record, Andrea Dip fala sobre o cenário levando em conta que, em 2014, os brasileiros elegeram o Congresso mais conservador do país desde 1964. “Avançam nas casas projetos de leis como os que visam proibir o aborto inclusive em caso de estupro – e que aumentam as penas para as mulheres, projetos que querem derrubar o direito ao nome social de pessoas transexuais, os que querem criminalizar a ‘heterofobia’, os que querem a volta do projeto que ficou conhecido como a ‘cura gay’, a proibição do casamento civil homoafetivo, o Estatuto da Família que entende por família apenas a composta por mãe, pai e filhos – sendo que o último censo do IBGE mostra outra realidade. A bancada evangélica, apesar de heterogênea, tem se movimentado de forma coesa nestes assuntos e esteve totalmente alinhada com as ideias e partidos de direita e extrema direita”, alerta a autora.

Com a obra, o leitor terá contato com entrevistas e conteúdo jornalístico baseado em dados que revelam o número de evangélicos no país e os projetos em pauta e em votação no Congresso Nacional. Com a experiência, a autora adianta que o debate sobre as questões de gênero, que tinham por objetivo o combate à homofobia e à violência contra as mulheres, foi totalmente desvirtuado. “Ele (o livro) quer alertar a população – inclusive os evangélicos – de um projeto de poder que está se construindo com pautas e motivações nada espirituais”, assinala.

Andrea Dip é jornalista premiada e atualmente integra o time da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Repórter especial, ela cobre temas relacionados a gênero, infância e sistema carcerário, entre outros.

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Redação

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