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Em meio à aceleração digital, golpistas intensificam uso de falsas fintechs para pedir dinheiro em troca de empréstimos

São Paulo 24/2/2021 –

As ofertas parecem tentadoras, e as facilidades incríveis nos primeiros contatos e simulações. No entanto, não demora para que apareçam exigências descabidas: é preciso pagar um seguro, arcar com uma taxa de aprovação ou um encargo de cartório ou até mesmo com um inesperado imposto.

É mais ou menos esse o roteiro seguido pelos golpes envolvendo as falsas fintechs de crédito. Após o pagamento das supostas tarifas, os antes solícitos atendentes desaparecem, assim como o valor depositado, causando prejuízo e dor de cabeça para as vítimas. A prática, que já era conhecida, ganhou novo fôlego na esteira da digitalização, que aumentou o uso de canais online para a contratação de serviços financeiros durante a pandemia.

Basta uma rápida consulta em sites que reúnem reclamações de consumidores para notar que os criminosos utilizam táticas parecidas para convencer os clientes. Ao adotar nomes similares ou até mesmo idênticos aos de instituições conhecidas no mercado, entram em contato via WhatsApp oferecendo vantagens que normalmente envolvem taxas de juros muito abaixo das praticadas pelo mercado e acesso a uma grande quantia de dinheiro.

Para além da oferta por meio de mensagens, alguns fraudadores criam sites para as falsas fintechs. O interessado em fazer um empréstimo, ao fazer uma busca, acaba se cadastrando no endereço fictício. A partir daí, o golpe começa. Para dar veracidade às páginas, os criminosos copiam detalhes que dificultam identificar a fraude.

O Selo MEMBRO ASSOCIADO ABCD, que reconhece e certifica as fintechs comprometidas com o Código de Ética e Autorregulamentação da Associação Brasileira de Crédito Digital, por exemplo, tem sido usado como artifício para tornar as páginas falsas mais confiáveis. Desde o começo da pandemia, a entidade tem percebido aumento considerável no uso indevido do selo por instituições desconhecidas.

De acordo com o presidente da ABCD, Rafael Pereira, é preciso ficar atento para driblar os golpes. “A solicitação de qualquer pagamento já é indício de fraude. O cliente não tem de pagar nada para ter o crédito aprovado. Também não existem taxas para melhorar nota de crédito, nada disso.”

Pereira alerta ainda para o fato de que as fintechs não costumam abordar os clientes via WhatsApp. “Vale pesquisar sempre os canais oficiais das empresas, que costumam até trazer informações sobre eventuais golpes envolvendo seus nomes. No caso de uma fintech fraudadora que utiliza artifícios como incluir em seu site falso o Selo MEMBRO ASSOCIADO ABCD para ter credibilidade, por exemplo, é importante checar se a instituição faz mesmo parte da associação, acessando diretamente a página de associados no site da entidade”, pontua.

O executivo reforça a necessidade de nunca clicar em links relacionados a empréstimos enviados por contatos desconhecidos. “A regra de ouro é sempre desconfiar.”

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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