Promovida pela Rede de Jornalistas das Periferias, que reúne treze coletivos de comunicadores da Grande São Paulo, a Virada Comunicação busca apontar caminhos para a abordagem jornalística das periferias urbanas. Com dez horas de atividades entre oficinas de educomunicação, mesas de debate e intervenções artísticas, o evento será realizado em 16 de setembro de 2017, no Centro Cultural Grajaú, em São Paulo.
A Virada é voltada para jornalistas, estudantes e profissionais da comunicação, ativistas e moradores das periferias da Grande São Paulo. Para a organização, o objetivo é ampliar a discussão sobre a conjuntura das periferias e o modo como elas são representadas pela imprensa, além de unir os protagonistas que têm construído outras narrativas possíveis a partir dessas regiões das cidades.
“[O evento] é importante porque representa um marco da organização dos coletivos de mídia das periferias de São Paulo”, diz Thiago Borges, integrante do coletivo Periferia em Movimento e um dos organizadores da Virada. “Ela representa um momento de autoafirmação.”
As mesas de debate, que ocorrem simultaneamente, tratam de temas como educação, cultura, moradia, segurança pública, direito à comunicação, direito à cidade, gênero, entre outros. São 34 palestrantes convidados, incluindo pesquisadores, jornalistas, membros da comunidade e de movimentos sociais.
Já as oficinas, voltadas para estudantes de comunicação, dividirão os participantes em cinco grupos para cobrir o evento em linguagens jornalísticas diferentes. Antes, haverá a atividade “Quebrando estereótipos”, que discutirá modos de se fazer cobertura sem rótulos. A programação de shows e intervenções artísticas será liberada em breve.
“No final do ano passado, a partir das demandas de estudantes, que já nos procuravam para pesquisa, e dos profissionais, que nos contatavam para indicarmos fontes, pensamos que a Virada poderia ser o momento para fazermos uma reflexão e provocação junto a esse público”, conta Borges.
A entrada é gratuita. O período de inscrições foi finalizado, mas é possível se inscrever para a lista de espera (em caso de algum inscrito desistir da participação). Um formulário segue aberto aqui.
A Rede de Jornalistas das Periferias surgiu em junho de 2016, com o objetivo de promover a informação produzida por e para as periferias da Grande São Paulo. “Esses coletivos cumprem um papel de formação e informação da população, com complemento, conexão e contraponto às narrativas hegemônicas”, afirma Borges. Desde o ano passado, o grupo faz coberturas de temas de cidades.
Internamente, a Rede também busca se fortalecer realizando formações para os integrantes dos coletivos. “Por questões históricas, fazer jornalismo na periferia é complicado”, diz Borges. “Estar em rede é uma oportunidade para trocarmos conhecimentos, apoiarmos os demais nas dificuldades e nos fortalecermos mutuamente.” Atualmente, os coletivos têm discutido formas de atingir mais público e gerar renda para seus veículos.
Formam a Rede os coletivos Alma Preta, Capão News, Casa no Meio do Mundo, Desenrola E Não Me Enrola, DiCampana Foto Coletivo, DoLadoDeCá, Historiorama, Imargem, Mural – Agência de Jornalismo das Periferias, Periferia em Movimento, Periferia Invisível, TV Grajaú e Nós, Mulheres da Periferia.
A Virada Comunicação tem o apoio da Fundação Ford, da Fundação Tide Setubal e do Instituto Alana. Para saber mais, acesse o evento no Facebook.
Centro Cultural Grajaú (R. Professor Oscar Barreto Filho, 252, Parque América – São Paulo, SP)
16 de setembro, das 9h às 22h
Inscreva-se para a lista de espera aqui.
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