Empatia é o antídoto contra a intolerância nas redes sociais?

O poder da empatia contra a intolerância nas redes sociais foi tema durante o #TeiaGNT, evento realizado em São Paulo na quinta-feira, 2. Para abrir o debate, a jornalista Astrid Fontenelle convidou o público a refletir sobre a definição da palavra empatia. “Aposto que as pessoas tentam definir o termo usando metáforas como ‘calçar os sapatos de outra pessoa’, ‘ver através dos olhos do outro’ e a ideia principal é esta mesmo. Empatia é se colocar no lugar de alguém, para sentir com a outra pessoa, sentir junto”, disse.
Para a discussão, foram convidadas a jornalista e criadora do movimento Vamos Juntas?, Babi Souza, a idealizadora e produtora do Afros e Afins, Nátaly Neri, a fundadora da ONG Think Olga, Juliana de Faria, e a publicitária e pesquisadora de movimentos sociais, Laura Kroeff.
Laura afirmou que o crescimento do acesso às redes sociais e à tecnologia faz com que viesse à tona todo o preconceito que, no fundo, sempre existiu na sociedade brasileira, mas que é velado no offline. Para ela, é fundamental o exercício diário da empatia e da tolerância para acabar com o discurso de ódio frequente no digital.
Como criadoras de projetos em defesa das mulheres e do movimento feminista, que lutam contra o machismo também no online, Babi e Juliana convivem diariamente com a intolerância nas redes, sendo vítimas de assédio, ameaças, preconceito de gênero e discurso de ódio.
“Para lidar com isso, o início de tudo é a empatia. Porém, mesmo que pareça clichê, sozinha ela não funciona. Depois deve vir o amor. Além disso, existe a importância do diálogo. Não acredito no block e no unfollow, mas sim no poder da comunicação não violenta para mudar as coisas, quebrar os paradigmas ou, pelo menos, fazer com que o outro respeite minha opinião, entenda porque eu penso dessa forma e propago este discurso”, disse Babi.
“Percebo este tipo de comportamento muito no online. Nunca ninguém me abordou pessoalmente para me ameaçar ou falar qualquer barbaridade. Mas, diferente da Babi, acredito no poder do block e do unfollow, sim. Essa também é uma maneira de lutarmos contra o machismo e protegermos a oportunidade de fazer conteúdo para empoderar mulheres e multiplicar o discurso feminista”, declara Juliana.
Como criadora de conteúdo audiovisual para a web, Nátaly revelou que também recebe muitos comentários racistas e machistas em seus vídeos. Segundo ela, no início de tudo sua principal reação era revidar os comentários sem priorizar o diálogo não violento, mas sua postura mudou ao perceber a importância de enxergar o “outro lado da moeda”. “É fácil você se colocar no lugar de quem está perto. Mas ter empatia com quem está do outro lado da tela do computador é um exercício. O segredo é ver todos como seres humanos, entender sem ser conivente àquele pensamento”, disse a youtuber.
*Com edição e supervisão de Anderson Scardoelli.

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Tácila Rubbo

Formada em jornalismo pela Fiam-Faam. Foi trainee de redação do Portal Comunique-se de setembro de 2016 a abril de 2018. Começou na empresa como estagiária, função que desempenhou por um ano e dez meses. Depois, foi a responsável pelo conteúdo de parceiros publicado no site, avaliando os materiais recebidos e mantendo contato com os “articulistas-parceiros”. Cuidou de produções externas e, claro, produziu notas e reportagens especiais. Desde maio a agosto de 2018, foi analista de social media do Grupo Comunique-se.

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