O número de negócios com mais de 3,5 anos aumentou no Brasil, o que significa que parte dos empreendedores que abriram uma empresa nos últimos anos conseguiu sobreviver à pandemia. Em 2021, o país registrou 14 milhões de pessoas, entre 18 e 64 anos, o equivalente a quase 10% da população adulta, à frente de um empreendimento no país. É o que aponta o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2021, maior pesquisa de empreendedorismo do mundo, que, no Brasil, é realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).
Os dados revelam que a necessidade imposta pela crise sanitária motivou 48,9% dos entrevistados a iniciarem um negócio. Em 2020, 50,4% dos negócios foram abertos pelo mesmo motivo. Seja motivado pela necessidade ou pela oportunidade, o fato é que esse aumento no número de operações elevou o Brasil da 13ª para a 7ª posição do ranking mundial de empreendedores numa escala de 50 países.
A existência de programas de auxílios e a experiência dos empresários com gestão foram considerados pelo estudo como fatores importantes que corroboram para os bons resultados. Para a gerente comercial Eliane de Souza Requena, conhecimento em finanças e gestão de vendas é um dos pilares que o empreendedor necessita para dominar o conjunto de processos, métodos e ações que permitem a uma empresa controlar, analisar e planejar suas atividades financeiras. “Ao se tratar de gestão de vendas, pode-se fazer o mesmo paralelo, afinal, venda é o resultado ou consequência do controle de atividades estabelecidos através de uma métrica já validada”, explicou.
Embora a economia do país viva incertezas no cenário político, em virtude das eleições gerais, e sinta os reflexos da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que afetou todo o mercado global, o aumento dos negócios vem puxado por boas expectativas de retomada do setor. É o que indica o relatório do “Panorama da Economia Mundial”, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril deste ano. Para 2022, a estimativa do FMI é de que o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro chegue a 0,8%, contra 0,3% previsto em janeiro.
Em abril, as vendas no comércio varejista, por exemplo, cresceram 0,9%, numa quarta alta consecutiva do mercado, segundo dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Análise da capacidade de investimento do parceiro de negócios é ponto importante, afirma especialista
Mas, para além de um cenário promissor, a receita que indicará sucesso nos negócios e na prospecção de parceiros estratégicos traz muitos mais elementos que precisam de atenção do empreendedor. Um deles, a capacidade de investimento financeiro. “Para dar início em qualquer empreendimento é preciso de recursos. Estes serão aplicados em toda construção do negócio, desde infraestrutura, contratações, marketing e produtos e serviços. Considerando um parceiro, é fundamental que ele esteja saudável financeiramente para ingressar nesta jornada, visto que o retorno integral do investimento se dá em média de 12 a 18 meses”, ressaltou a especialista Eliane de Souza Requena.
Além de capital para investir e manter fluxo de caixa por um período, outros dois critérios integram a lista para expandir nos negócios ao considerar parcerias. São eles, a habilidade em gerir pessoas e o tempo para dedicação.
“Um parceiro de negócios precisa manter a equipe treinada, motivada e engajada no propósito da empresa, desenvolvendo métodos e ferramentas para conduzir profissionais de alta performance e obter resultados satisfatórios e, principalmente, consistentes. Afinal, esse é um momento decisivo para seu negócio, onde todas as ações são direcionadas para o alcance de novos clientes, gestão da marca, e retenção desses clientes”, ressalta.
Segundo ela, outro fator que deve merecer atenção em quem busca parcerias para expandir é montar com o sócio um roteiro de acompanhamento da rotina de trabalho, de forma que ele ajude nas estratégias e se dedique na criação de um comprometimento bilateral. “Isso vai estreitar o relacionamento, maximizar os resultados e reduzir os riscos de ‘abandono’ do negócio”, alertou a especialista, que tem 13 anos de experiência na área comercial.
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