São Paulo 28/8/2020 – Eu invisto no que eu acredito que seja o futuro.
Segundo levantamento feito em 2019 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a inclinação para o empreendedorismo está imersa nos brasileiros. Com 2.132 depoimentos, a curadoria dos dados apurou que 32% dos jovens ouvidos já haviam pensando em empreender antes mesmo de completar 18 anos. Junto com a inserção de jovens no ramo, veio uma nova concepção do que empreender. De acordo com o autor José Dornelas “Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a uma transformação de ideias em oportunidades, e a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”. As novas definições do conceito apontam não mais para abrir uma empresa e lugar com ela, mas reconhecer as diversas oportunidades e usar as adversidades do mercado como propulsoras.
Muitos investidores e empreendedores remontam a teoria do economista Harry Max Markowitz, que, nos anos 50, mostrou uma forma de aumentar lucros de aplicação: diversificando os setores de investimento. De forma simplificada, por conta da alta volatilidade do mercado e da economia, é indicado ter uma gama de negócios que não dialoguem diretamente entre si.
O membro do conselho administrativo da Transita Transportes, Andre de Simone, se encaixa no perfil de um empreendedor diverso, atuando também no ramo imobiliário e financeiro. “Sempre ouvi minha família dizer: ‘Não coloque todos os ovos na mesma cesta’. Já vi casos de pessoas deixarem de investirem em negócios que, posteriormente, acabaram por valer milhões de reais. Em toda oportunidade que surge, eu penso nessas histórias. Eu invisto no que eu acredito que seja o futuro. O lado bom é que se um vai mal, outro vai bem e as coisas se equilibram, o lado ruim é se desdobrar em várias personas para dar conta de todos os empreendimentos.”
Assim como o conceito, a imagem do empresário sofreu mudanças. Cada vez mais, jovens estão adentrando o mercado e trazendo ideias que antes eram não eram aceitas no meio corporativo. O empresário tradicional e conservador migrou para o empreendedor despojado e descontraído. Uma das discussões mais frequentes no mundo corporativo é sobre o empreendedor aventureiro que vive a vida no limite.
De Simone compartilha da nova visão do que é ser empreendedor e leva o conceito um pouco mais além. “O empreendedor atual tem que ser muito versátil, sempre estar olhando um passo à frente, sempre preparado para fazer mudanças rápidas e se adaptar e correr riscos. Eu vejo muita ligação entre os esportes radicais e o empreendedorismo, ambos envolvem riscos calculados. O esporte radical proporciona momentos de tensão que geram autoconhecimento e tomadas de decisão rápidas, assim como o mundo corporativo. O ato de se aventurar é presente em ambos e é o que move o empreendedor atual.”, finaliza.
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