O movimento grevista na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) completou uma semana nesta sexta-feira, 3. Diante da situação, a equipe que responde pelo grupo de trabalhadores afirma que a paralisação seguirá ativa por “tempo indeterminado”.
Para o grupo que aderiu à greve, não faltam motivos para reclamações. De acordo com essa parte dos trabalhadores, a direção da EBC segue sem fornecer respostas a questionamentos e também não apresentou propostas para os profissionais da casa.
“A decisão [pela deflagração da greve] foi motivada pela conduta recriminável da empresa, que desde o ano de 2020 não sinaliza para realização de uma efetiva negociação; tendo essa conduta, inclusive, sido repudiada pelo vice-presidente do TST durante processo de mediação conduzido por aquela Corte a pedido da própria EBC”, afirma a equipe à frente do movimento grevista.
De acordo com a comissão composta pelos próprios servidores da empresa de mídia estatal, há histórico recente de “descaso patronal”, “perdas salariais” e fim da manutenção de direitos conquistados e registrados em acordos coletivos. Até o momento, a direção da EBC não se posicionou publicamente sobre a greve que segue ativa após uma semana de seu início.
Consideram que a atitude faz parte do conjunto de ações em prol do desmonte e privatização
“Entre os cortes estão até estabilidade para mães que acabaram de retornar da licença-maternidade, auxílio a pessoas com deficiência, redução de hora noturna e liberações sindicais”, salientam os grevistas. “Os sindicatos e a Comissão de Empregados repudiam ainda a falta de retorno sobre a pauta de reivindicações e consideram que a atitude faz parte do conjunto de ações em prol do desmonte e privatização da empresa.”
Na tarde em que a greve completou uma semana, a comissão responsável pelo movimento protestou na região central do Rio de Janeiro. Definida como “ato político em defesa da comunicação pública e contra a censura”, a ação foi realizada em um restaurante e contou a exibição do filme “Eles não usam black tie”. Na sequência, houve o lançamento de documento que visa mapear dois pontos dentro do dia a dia da EBC: censura e proselitismo político.
200 eventos do governo de Jair Bolsonaro interromperam a programação da TV Brasil por quase 160 horas
“Como já é público, os veículos de comunicação da EBC (TV Brasil, Rádio MEC AM e FM, Rádio Nacional do Rio de Janeiro e agências de notícias) estão sob ataque”, acusam os líderes grevistas. “São casos de censura, governismo e proselitismo religioso, relatados em dossiês entregues à Justiça e ao Congresso Nacional. Entre agosto de 2020 a julho de 2021, por exemplo, 200 eventos do governo de Jair Bolsonaro interromperam a programação da TV Brasil por quase 160 horas”, prosseguem, citando o nome do presidente da República.
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