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Empresa é acusada de publicidade infantil apelativa e racista

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A mochila da Barbie vem com caixinha de som, a do homem aranha com um bracelete projetor exclusivo do super-herói. Tudo embalado em filmes publicitários de 30 segundos com muita cor e locução vibrante. Assim são os comerciais da empresa Sestini, que incomodaram grupos de defesa dos direitos das crianças e coletivos negros.

Segundo Ekaterine Karageorgiadis, coordenadora do programa criança e consumo do instituto Alana, a empresa vem burlando as leis que proíbem a publicidade para crianças no Brasil.

“Há muitos elementos que comprovam que a empresa usou uma estratégia de direcionamento dessa publicidade diretamente ao público infantil para estimular nesse público o desejo de consumo desse produto”.

A publicidade para menores de 12 anos é proibida no Brasil, inclusive o uso de brindes como estratégia de sedução. Mas as críticas não terminam aí. Em um dos comerciais, a empresa é acusada de racismo. Para promover a mochila das meninas superpoderosas, o filme mostra um concurso de moda em que um turbante é tratado como um acessório vergonhoso.

Para Leila Lopes, integrante do coletivo de Oyá de mulheres negras, o anúncio ataca um símbolo da cultura negra.

“Para nós não é nenhuma vergonha, mostra resistência e quanto nós temos orgulho da nossa identidade racial, mas aí as crianças veem na televisão, as crianças negras veem esse símbolo nosso associado a essa palavra, isso tem um impacto no processo educativo dessa criança e aí, mais uma vez, uma tentativa de incutir no nosso povo que nós somos feios, que os nossos símbolos são sujos, fedidos, vergonhosos”.

A representação foi registrada na Defensoria Pública de São Paulo, onde está sendo analisada. A reportagem entrou em contato com a empresa Sestini, que confirmou já ter recebido uma notificação anterior sobre a prática de publicidade, mas até o fechamento desta edição, a empresa não se pronunciou sobre as novas críticas.

*Eliane Gonçalves

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Agência Brasil

Agência pública de notícias criada em 1989, logo após a incorporação da Empresa Brasileira de Notícias (EBN) pela extinta Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobras). Em 2007, com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que incorporou a Radiobras, passou a integrar o sistema público de comunicação.

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