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Empresas familiares do segmento de decoração crescem no país

No cenário econômico do Brasil, as empresas familiares representam cerca de 90% dos negócios no país. Elas têm uma presença significativa na economia, sendo expressivas no setor de design e mobiliário. Estas empresas desempenham um papel na manutenção da cultura empresarial e na introdução de novas ideias, mas enfrentam desafios específicos, incluindo questões relacionadas à sucessão e à gestão de mercado.

De acordo com a consultoria PwC, somente 30% dessas empresas sobrevivem à segunda geração, e apenas 12% alcançam a terceira geração. Essa realidade destaca a necessidade de uma gestão ágil e de um compromisso duradouro com o negócio, além de uma forte cultura organizacional, para garantir a continuidade e o sucesso.

No setor de design e mobiliário, empresas se adaptam a essas necessidade e exemplificam os benefícios da gestão familiar, como a tomada de decisão rápida, a flexibilidade e a lealdade dos funcionários, ao mesmo tempo em que enfrentam desafios como a profissionalização e a modernização da gestão sem perder a essência familiar.

Leandro Libman, diretor comercial Abra Casa, empresa do setor mobiliário, expressa o desafio de equilibrar a tradição com as necessidades do mercado “A Abra Casa e Abra Cadabra nasceram do desejo de nossos pais de criar um espaço onde o design acessível encontrasse o lar dos brasileiros. Quarenta anos depois, esse sonho não apenas se concretizou, mas se expandiu além das nossas expectativas iniciais. Como segunda geração, nosso desafio é manter a essência da marca enquanto navegamos por um mercado em constante mudança”.

A mesma visão é compartilhada por Felipe Carniatto da Artelassê, que enfatiza a importância dos valores familiares em cada aspecto do negócio, que também possui 40 anos. “É importante que os sucessores sejam preparados desde cedo, com uma base de educação formal e prática de negócios, assegurando uma comunicação efetiva entre as gerações e o alinhamento de objetivos pessoais com os empresariais”, enfatiza.

A inovação é o que impulsiona as empresas familiares para além de suas tradições, garantindo sua relevância e competitividade em um mercado em constante evolução, ao mesmo tempo em que preserva os valores e o legado que formam sua essência única. “A utilidade e o conforto através do design e qualidade devem vir em primeiro lugar”, completa Giulia Poveda da UP+Casa.

Na intersecção entre tradição e inovação, há o equilíbrio entre o legado do passado e as possibilidades do futuro, garantindo um crescimento sustentável e significativo em todas as gerações. Para Ricardo Saad, diretor da St. James “é importante continuar a inovar, honrando nossa tradição e história, mas sempre com um olho no futuro é nossa responsabilidade”, diz Saad.

Os conflitos familiares podem ser tanto um desafio quanto uma oportunidade para o crescimento. Estes conflitos muitas vezes surgem de diferenças de opinião sobre a gestão do negócio, a distribuição de responsabilidades e a sucessão de liderança.”Administrar o Grupo Bell’Arte ao lado do meu irmão é uma jornada empolgante que mescla tradição familiar com a busca incessante pela inovação. Nos últimos 36 anos, crescemos e evoluímos, sempre com o objetivo de levar conforto e design aos nossos clientes”, fala Thayse Freiberger, co-diretora do Grupo.

É fundamental que a família estabeleça mecanismos claros de resolução de conflitos, como reuniões regulares e a consultoria de conselheiros externos, para garantir que essas disputas sejam resolvidas de maneira construtiva, preservando a harmonia familiar e a integridade do negócio.

E, por fim, estar a frente do mercado, antecipar tendências e adaptar-se às preferências dos consumidores, impulsionando o crescimento e as vendas. A Evviva, especialista em móveis planejados, destaca a importância da inovação e do design para atender às demandas de um consumidor moderno e consciente.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Móveis (ABIMÓVEL), o setor, com uma presença marcante de empresas familiares, mantém-se em crescimento, adaptando-se a novas tecnologias e tendências de consumo. No Brasil, onde o setor moveleiro impacta significativamente a economia, com um faturamento de R$ 68,5 bilhões em 2021, essas empresas não apenas contribuem para a economia, mas também influenciam o estilo de vida e a cultura.

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