Em artigo reproduzido pelo Portal Comunique-se, Celso Vergeiro analisa a era dos multidados – em que novidades tecnológicas surgem a todo instante
A agilidade proporcionada pela constante evolução tecnológica que vivemos está potencializando o crescimento do mercado de distribuição de vídeo Over The Top (OTT) em todo mundo. Um levantamento divulgado em abril, pela empresa americana Level 3 Communications Inc sobre as tendências do mercado de OTT, apontou que nos próximos cinco anos a visualização de transmissões linear de vídeo OTT irá superar a transmissão tradicional das emissoras de televisão.
Isso já não é novidade para o mercado, pois temos diversos players que servem para exemplificar esse fenômeno que veio para ficar. A Netflix, por exemplo, terminou o último ano com mais de seis milhões de assinantes em sua plataforma e com um faturamento de R$ 1,29 bilhão no Brasil. Para se ter uma ideia desse potencial, o número ultrapassa o faturamento de três das cinco maiores emissoras de televisão do país.
Alguns fatores explicam essa expansão: primeiro é o mercado, já que esse tipo de serviço oferece mais agilidade e qualidade na distribuição do conteúdo audiovisual. Além disso, dá o poder para o gerenciamento dos materiais que, por meio de metadados (big data), auxiliam a dar direcionamento para um público específico. Para o mercado publicitário, esse monitoramento em tempo real, em conjunto com a possibilidade de distribuição desse conteúdo em diversas mídias por meio de uma única plataforma, rendeu uma economia significativa no custo final das campanhas.
Outro fator importante é o poder de escolha que o conteúdo OTT, ou sob demanda, dá ao público. Hoje, ele pode montar sua programação da forma que melhor desejar e ainda assistir em qualquer hora ou lugar, a partir de um dispositivo móvel que tenha acesso à internet. Não depende mais de uma programação fixa, o conteúdo de interesse do espectador está ali, apenas esperando o momento que será visualizado.
Vale lembrar que o número de assinantes de televisão fechada vem caindo consideravelmente em nosso país, e isso não se deve apenas aos fatores econômicos. O desejo das pessoas de criar sua própria programação está favorecendo essa queda.
Acredito que esse novo formato de distribuição de conteúdo audiovisual está apenas começando no Brasil, o que nos dá uma ampla margem para o crescimento nos próximos anos. Atualmente, somos o oitavo maior mercado do mundo na distribuição de vídeos sob demanda, com uma receita estimada de US$ 352,3 milhões, em 2016, segundo o levantamento feito pela Motion Picture Association – América Latina e o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual. Ainda temos um longo caminho a seguir, acompanhando a melhoria da cobertura e da qualidade do sinal de internet distribuídos pelas companhias do setor e, consequentemente, o aumento do número de usuários que têm acesso a esses serviços.
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Celso Vergeiro. CEO da AdStream, maior plataforma de armazenamento e distribuição de conteúdo publicitário do mundo.
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