Após conquistar a sonhada independência financeira por meio do empreendedorismo, o sonho de muitos gestores é internacionalizar a sua marca. Para ajudar nesse aspecto é que existem instituições voltadas a levar empresas a entrarem no mercado de outros países. Esse é o caso da Conexão Global de Empresários (CGE), uma escola de Negócios Internacionais e Consultoria de Comércio Exterior.
A escola nasceu da experiência da CEO Dryelle Santana como advogada de empresas na Inglaterra. “Ao trabalhar com o setor de mobilidade global, percebi uma lacuna crítica: a ausência de brasileiros no cenário empresarial internacional”, conta a advogada. “Não por falta de capacidade, mas pela falta de conhecimento sobre as oportunidades e os caminhos para a internacionalização de seus negócios e serviços”.
O projeto será lançado oficialmente no dia 25 de julho, com a ideia de ensinar diversos métodos para a internacionalização empresarial, tais como licenciatura de marca, exportações, joint ventures e parcerias estratégicas.
Mil empresas do Brasil para o mundo
A missão principal da CGE é internacionalizar mil empresas até 2026. E, para isso, a CGE oferece educação e suporte especializado justamente para facilitar a entrada de empresas e startups brasileiras no comércio exterior. “O desafio é ambicioso, mas perfeitamente realizável, considerando que, em 2024, temos no Brasil mais de 20,8 milhões de empresas em funcionamento”, ressalta a CEO.
A fim de realizar essa missão, será iniciado um curso on-line focado na internacionalização de empresas. As aulas serão ministradas por professores especializados, como mestres em direito marítimo, portuário e aduaneiro; analistas de mercado e exportação de produtos farmacêuticos, dentre outros. A própria Dryelle Santana ministrará aulas sobre os aspectos legais da internacionalização, incluindo elementos como o registro de marca no exterior.
“A CGE não apenas pode oferecer conhecimento, mas também conectar empresários brasileiros com uma vasta rede global, uma vez que estamos presentes no Reino Unido, Europa e na Austrália. Isso amplia nosso alcance e compreensão dos desafios internacionais”, destaca Santana.
Dentre os módulos estudados, estão temas como: o que é a internacionalização; os desafios de expandir fora do país; a análise do mercado internacional e a seleção de mercados-alvo; pesquisa de concorrência internacional; como internacionalizar sem sair do Brasil; e mais. Há, ainda, um tópico focado nos aspectos legais e fiscais do processo, como a proteção de propriedade intelectual no exterior, contrato internacional, legislação trabalhista internacional e a Lei de Proteção de Dados (GPDR).
A internacionalização no Brasil
O Brasil é o segundo país com maior potencial empreendedor do mundo, atrás somente da Índia. Os dados são do Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM), estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).
Segundo o estudo, no final de 2023, o país tinha 90 milhões de empreendedores ou candidatos a empreendedores. Destes, 2 milhões são de pessoas adultas, com 18 a 64 anos, que já tinham um negócio e ou que fizeram alguma ação em 2023 visando ter um negócio no futuro.
Esses dados dão uma pequena mostra do potencial de internacionalização que o Brasil possui. Uma pesquisa recente da Fundação Dom Cabral analisou mais de 230 empresas brasileiras já internacionalizadas a fim de traçar um perfil.
De acordo com o relatório, cerca de 50% das empresas fazem parte da chamada indústria de transformação. E para quem acha que apenas empresas de grande porte alcançam a sonhada ida para o exterior, o estudo mostra que não é bem assim. Segundo a pesquisa, 50,4% das participantes são médias, com faturamento anual entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões.
Já a participação de micro e pequenas empresas representa, cada uma, o valor de 12,8% no comércio internacional, número bem similar ao das empresas de grande porte, com 13,5%. Por fim, quase 80% das empresas participantes se internacionalizaram após a chegada dos anos 2000. Somente na década de 2010, 41% da amostra se expandiu para fora do país.
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