Escrever sobre videogames não é fácil. Quem tem isso como profissão, hobby ou está inserido neste mercado, sabe do que eu estou falando.
O Brasil não valoriza os jogos eletrônicos. A geração mais velha oscila entre tratá-los como supérfluo ou entretenimento puro. Os mais novos estão mais focados em conteúdo no vídeo. O governo nos presenteia com impostos. O setor privado não vê ainda games como um objetivo de investimento.
Mesmo assim, cresce o interesse internacional pelo setor de games do Brasil. Na maior crise econômica do regime pós-ditadura, produzimos a maior feira de jogos da América Latina. Isso e outras coisas.
Não é pouca coisa.
Eu tenho consciência de que sou um profissional fora da curva da normalidade. Durmo pouco. Monto mais projetos do que posso tocar. Ajudei pessoas. Deixei de ajudar outras. Errei e acertei.
Os games me trazem alegrias desde quando tinha dois anos e aprendi a segurar um controle. Viraram profissão e TCC nos meus 20 anos. Nunca pensei em terminar projetos. No entanto, o Geração Gamer parou por uma mudança de foco, dos jogos brasileiros para os internacionais, enquanto o Drops de Jogos só cresceu.
E eu ganhei paixão pela Rádio Geek. E falo de jogos onde posso.
Mas nem sempre isso me deu dinheiro, reconhecimento ou conquistas. Perdi amigos e muito tempo nisso. Perdi noites. Me arrependo?
Arrisco dizer que não.
Se tem algo que levo com mais seriedade do que política, cultura ou poesia, são os videogames. Me parece que esta é a mídia do meu tempo.
Toda vez que aparece uma dificuldade nos games, reflito: Desistir por qual razão?
Isso não me parece, ainda, uma opção.