Escritor baiano sugere nova teoria da Comunicação Social, com temática contemporânea. Seus estudos se deram em período de mais de duas décadas, no qual imergiu em pesquisas sobre o universo do Marketing e da Publicidade & Propaganda. O livro, intitulado “Teoria da Comunicação Permanente”, apresenta uma releitura de diversas teorias da Comunicação Social, passando pela resistência Freudiana, tuba de “Schramm”, dentre outras escolas, através do mapeamento bibliográfico, com o intuito de compreender a aceleração dos processos interativos, dentro e fora do universo digital.
Nos últimos anos, pelo alcance das redes sociais, surgiram muitos movimentos, em todo o mundo, tentando entender sua interferência na sociedade. Basta abrir as plataformas pagas de Streaming para encontrar inúmeros curtas sobre o assunto e questionamentos sobre a influência desse novo formato de conexão com os hábitos coletivos. O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), trouxe essa temática em alguns de seus trabalhos mais exitosos, a exemplo da “Modernidade líquida” (2001), ganhando ampla discussão no ambiente acadêmico.
“No espaço da política, observa-se uma guerra de narrativas que polarizam a sociedade, aqui no Brasil, recentemente, e até em alguns outros países mais desenvolvidos. Estudos importantes demonstram que esse movimento foi facilitado pela criação de modais ainda não mapeados, na sua completude, pelas teorias da Comunicação. A facilidade com a qual ideias são difundidas pelo ambiente virtual, ainda sem legislação que regule todas as suas possibilidades, é um dos grandes dilemas contemporâneos”, apresenta o escritor Marcus Quintanilha Filho, na abertura de entrevista aberta para a imprensa, em janeiro deste ano, na cidade de Salvador, Bahia.
Uma pesquisa da Duke University sugere que tentar sair da bolha de informações pode não ser funcional para o problema da polarização política nas redes sociais. Feito o estudo, em caráter empírico, percebeu-se que os democratas tinham uma atitude bem parecida com o início do período de testes, enquanto os republicanos ficaram mais conservadores do que quando começaram. O resultado indicou que a polarização pode ser impulsionada pela exposição a pontos de vista diferentes, simulados pelo uso de “robôs de mensagens” que eram ativados nos canais envolvidos na tese.
Veio do Brasil, no entanto, a teoria que busca explicar causa e efeito desse fenômeno: o economista e professor baiano, Marcus Quintanilha Filho, publicou sua teoria denominada de “Comunicação Permanente” em seu livro homônimo, datado de dezembro de 2022. Quintanilha já havia trazido alguns fragmentos do assunto em artigos pontuais e entrevistas: como a diferença sobre a hermenêutica de palavras usadas pelos publicitários brasileiros, ou até sobre questionamentos a respeito da audiência real nas redes sociais, sem auditoria externa.
“Acredito que o cerne do assunto – da Comunicação Social na atualidade – foi gerado no equívoco dos estudos da Comunicação pelo olhar de matemáticos, deixando aberta a porta para a manipulação de textos sem controle jornalístico e que podem desvirtuar até uma nação inteira”. E complementa: “Na realidade, além de não sabermos quantos são os vetores de comunicação que interferem diretamente na psiquê humana- sugiro que sejam inúmeros – diferente da teoria de Shannon e Weaver (1949), que desenhou o processo de forma linear, afirmo categoricamente que é tridimensional e multidisciplinar, necessitando de uma abordagem com essa ótica, para ser plenamente compreendido”, enfatiza Quintanilha.
Um outro questionamento que seu trabalho de pesquisa fez emergir, foi similar ao apresentado no documentário intitulado “Dilema das redes”, que chegou na “Netflix” com grande audiência e despertando o “impacto das redes sociais com o regime democrático”. O livro “Teoria da Comunicação Permanente” (Quarteto editora), também aludiu o vício das redes sociais ao tabagismo no século passado, supostamente trazendo novo questionamento sobre seus efeitos nocivos aos usuários. Outra questão que sugere atenção, foi a revelação pelo autor, do “fake marketing” por trás das instituições e sua forma de se materializar como o modelo de pensamento vigente; nas empresas, governos e na própria sociedade, trazendo o conceito econômico de “externalidade digital” e sugerindo uma farsa orquestrada por grande parte dos interessados na exposição midiática.
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