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Especialista esclarece sobre o uso correto da vitamina D

São Paulo, SP 17/4/2020 – Diversos estudos internacionais comprovam cientificamente que a vitamina D contribui para reforçar o sistema imunológico.

Diante das informações controversas e fake news sobre vitamina D relacionadas à pandemia causada pelo novo coronavírus, o Dr. Francisco Paranhos, ortopedista, PhD em Endocrinologia e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esclarece sobre o papel desta vitamina para a saúde.

“Diversos estudos internacionais comprovam cientificamente que a vitamina D contribui para reforçar o sistema imunológico. Ela estimula as células da imunidade inata e a produção de substâncias antimicrobianas, importantes na primeira linha de defesa contra os micro-organismos”, ressalta o especialista. Confira:

O que é a vitamina D?

A vitamina D é um pró-hormônio produzido pelo nosso organismo, que contribui para inúmeras funções, entre elas a absorção de cálcio pelo intestino, mineralização óssea, função muscular e prevenção das quedas, no funcionamento do sistema imunológico, dentre outras funcionalidades. A deficiência dessa vitamina está associada ao raquitismo, osteoporose, uma pior evolução de doenças autoimunes, a redução da função muscular nos idosos, dentre outras alterações. Fato é que a o bom nível da vitamina D tem se mostrado como um indicador de saúde. Em diversas doenças, normalmente os pacientes com os melhores níveis da vitamina D têm se mostrado com melhor estado de saúde.

Por que é importante tomar sol?

Porque a exposição solar é fundamental para a produção da vitamina D no nosso organismo. O ideal é se expor ao sol por pelo menos 15 minutos, 3 vezes na semana, de preferência entre 10h e 14h, sem protetor solar. Deixe pelo menos os braços e as pernas descobertos, pois quanto maior a área de exposição ao sol, melhor a produção deste pró-hormônio na pele. Os filtros solares de foto proteção 30 inibem de 95% a 99% a produção da vitamina D. A cobertura das roupas também atrapalha a produção. É bom reforçar que não devemos exagerar na exposição solar.

Consumir alimentos ricos em vitamina D: peixes gordurosos como salmão, cavala e sardinha, por exemplo, e cogumelos secos, pode ajudar. Ovos e fígado bovino também têm essa vitamina, mas em quantidades menores. No entanto, é importante esclarecer que seria preciso o consumo de quantidades muito altas desses alimentos para obter uma quantidade adequada da vitamina, de forma que a exposição solar é mesmo a nossa maior fonte de produção e fornecimento natural desta vitamina.

São vários os fatores que contribuem para uma insuficiência vitamínica D. Da alimentação com poucas quantidades até a baixa exposição solar nos períodos de menor insolação ou simplesmente a redução do tempo de exposição. Neste momento de quarentena, de pouco exposição solar, nos preocupamos muito mais com a insuficiência vitamínica D, principalmente nos idosos e nas pessoas mais frágeis.

Como a vitamina D contribui para a imunidade?

Diversos estudos internacionais comprovam cientificamente que a vitamina D contribui para reforçar o sistema imunológico. Ela estimula as células da imunidade inata e a produção de substâncias antimicrobianas, importantes na primeira linha de defesa contra os micro-organismos. Por isso, ajuda a proteger o nosso corpo de infecções. Há vastas pesquisas em diversos países relacionando o baixo nível de vitamina D e o risco aumento de infecções e doenças autoimunes. 1-2 Artigo recente do infectologista norte-americano Tom Frieden, ex-chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, ressaltou alguns destes benefícios.

Quando se deve fazer a suplementação?

A suplementação de vitamina D deve ser feita por meio de recomendação médica, quando a combinação de exposição solar e alimentação não seja suficiente para manter o nível desta vitamina regulado. Estudos mostram que 77% da população brasileira estão abaixo deste nível. 3 A suplementação de doses diárias de 1.000 UI a 2.000 UI da vitamina D3 (equivalentes a 7.000 UI e 14.000 UI semanais) pode ajudar a normalizar o seu nível neste período de quarentena. Entretanto devemos evitar de usar altas dosagens desta vitamina sem a orientação médica adequada.

Como saber se estou com o nível ideal de vitamina D?

Procure o seu médico, que poderá avaliar a necessidade de realização de um exame de sangue ou recomendar a suplementação.

Quais são os principais grupos de riscos relacionados à falta de vitamina D?

Idosos, gestantes, pessoas com pele negra, pessoas que não se expõem ao sol, pessoas que fizeram cirurgias bariátricas e pacientes oncológicos fazem parte dos grupos de risco para hipovitaminose D.4

Referências consultadas: 

1Gil A, Plaza-Diaz J, Mesa MD. Vitamin D: Classic and Novel Actions. Ann Nutr Metab. 2018; 72: 87–95. DOI: 10.1159/000486536

2Martineau AR, Jolliffe DA, Hooper RL, et al. Vitamin D supplementation to prevent acute respiratory tract infections: systematic review and meta-analysis of individual participant data. Br Med J. 2017; 356(i6583): 1 – 14. doi: https://doi.org/10.1136/bmj.i6583

3Jorge A, Cordeiro J, Rosa M, Bianchi D. Deficiência da Vitamina D e Doenças  Cardiovasculares. International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(4)422-432

4Ferreira CES, et al. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM): intervalos de referência da vitamina D-25(OH)D. Disponível em: http://www.sbpc.org.br/wp-content/uploads/2017/12/PosicionamentoOficial_SBPCML_SBEM.pdf. Acesso em: 11 set. 2018.

 

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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