Mesmo que os grandes veículos de comunicação ainda sejam fatores poderosos na decisão do voto do cidadão brasileiro, as mídias sociais têm ganhado espaço e acabaram se tornando uma fonte de informação importante, gerando interesse em candidatos a cargos eletivos por se tratar de um meio de comunicação mais direto.
Para o publicitário e especialista em marketing político, Janiel Kempers, o uso das mídias sociais pode ser um bom parceiro para os candidatos. “Estrategicamente uma campanha só tem eficácia quando ela chama a atenção do eleitor, com as redes sociais isso se torna bem mais fácil e rápido. Hoje o empenho na produção de conteúdo por parte dos candidatos está muito mais forte e sólido”, afirma.
Estudos da plataforma Socialbakers, de soluções para otimização de performance corporativa em redes sociais, afirmam que as mídias sociais desempenharam um papel mais importante do que nunca na corrida presidencial americana, que teve Joe Biden como vencedor. No Brasil, a situação não é diferente. O sucesso do candidato Jair Bolsonaro em 2018 é, em parte, explicado pelo seu alcance nas mídias sociais e o apoio de grupos que o capitalizam.
“Ao longo dos anos, as rodas de conversas saíram das esquinas e foram para as plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram. Hoje nós temos boa parte do eleitorado representado de alguma forma dentro das mídias sociais”, pontua o especialista em marketing político, Janiel Kempers.
Ao mesmo tempo que as mídias sociais abrem espaço para discussões interessantes a respeito das ideologias e projetos dos candidatos, surgem também as chamadas fake news, notícias falsas que têm como objetivo afetar negativamente a imagem do candidato.
Janiel afirma que é preciso tomar cuidado. “Evitar o compartilhamento de notícias falsas é uma responsabilidade comum, por isso o cidadão tem como dever verificar a fonte da notícia, bem como mensurar qual o interesse daquela informação”, ressalta.
TikTok
O TikTok está entre as plataformas mais populares entre os candidatos porque permite criar e realizar o compartilhamento de vídeos mais diretos e curtos com um alcance maior. Para as eleições deste ano, a ferramenta é considerada um dos principais meios de comunicação dos candidatos, isso porque o Brasil é o 19º país que mais possui usuários ativos, cerca de 97 milhões, conforme revelam dados de um estudo realizado pela Statista, empresa analítica com sede na Alemanha.
Segundo Janiel, a movimentação política dentro da ferramenta tem apelo aos mais jovens. E os desafios são grandes para conquistar esse eleitorado, entre eles, entender a forma como o público se comunica e criar conteúdos com uma linguagem direcionada.
“A maioria desse público são jovens de 18 a 36 anos, isso significa que é um público ainda jovem, mas que já vota e que já possui um pensamento ideológico formado. Só que não podemos confundir o engajamento na plataforma com a popularidade no mundo fora do digital”, ressalta.
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