O estudo Estilos de Liderança, desenvolvido no Brasil pela FIA (Fundação Instituto de Administração) revelou que, em média, um a cada três líderes das 100 melhores empresas para trabalhar tem o perfil conhecido como inspirador – um entre os sete tipos mais comuns, que são: inspirador, educador, democrático, direcionador, maternal, coercitivo e bloqueador.
Em entrevista publicada pelo site da Exame, Lina Nakata, professora da FIA Business School, destacou que o ideal é que as organizações tenham equipes com diversos tipos de liderança. Neste ponto, ganham destaque modelos como a Servant Leadership (Liderança Servidora, em português).
Alexandre Scarpelli, administrador e Presidente da APVS, Associação de Proteção Veicular e Serviços e sócio administrador da AS Consultoria e Treinamento Eireli, conta que “liderança servidora” é um termo bastante utilizado por empresas que possuem uma postura mais humanizada com relação aos colaboradores. Trata-se de uma filosofia de gestão cujo líder está comprometido com o desenvolvimento e o bem-estar dos profissionais para que estes alcancem os seus objetivos.
“Nessa perspectiva, que é uma tendência global, o líder entende que seu principal papel é criar as melhores condições de trabalho, promover integração de ideias, cooperação, interdependência, responsabilidade mútua para o sucesso e comunicação aberta entre todos os membros da organização”, afirma.
O que é Liderança Servidora?
Para o especialista em inovações de gerenciamento estratégico, liderança servidora é um modelo de gestão empresarial que pode gerar bons resultados. “A liderança servidora, como a conhecemos hoje, foi descrita pela primeira vez por Robert K. Greenleaf, no artigo ‘The Servant as Leader’. O texto afirma que os melhores líderes são aqueles que estão preocupados em servir a equipe”, reporta.
Alexandre atesta que “Existem muitos motivos por trás da implementação de uma liderança servidora, dentre os quais, podemos destacar principalmente a conquista de clientes mais felizes; ter colaboradores mais engajados; alcançar maior produtividade no negócio; reduzir taxas de rotatividade; aumentar receita e ter um empreendimento saudável.”
Segundo Scarpelli, as empresas que adotam esta liderança em sua cultura organizacional investem em espaços destinados ao bem-estar do colaborador e estrutura de apoio, bem como benefícios variados que promovem altos níveis de satisfação dos funcionários. “Além disso, o líder ‘servo’ trabalha para a evolução e investimento em conhecimento, e os indivíduos são encorajados a crescer e se tornar cada vez mais capacitados”, explica.
Quais as características de um líder servidor?
O profissional com essa característica [servidora] é motivador e possui um grande poder de influência na sua comunicação, afirma o especialista. Outrossim, pensa constantemente em como melhorar o nível de satisfação do time, treinando, desenvolvendo pessoas e fazendo escolhas para beneficiar o futuro e a evolução.
“O líder servidor, em hipótese alguma, se serve de título para mostrar que está no comando, não acha que é superior aos outros e age de maneira cuidadosa, podendo, tranquilamente, recolher o lixo ou limpar uma mesa, já que possui conhecimento suficiente da própria personalidade e de suas competências”, descreve.
Gestão humanizada conquista uma equipe
Na análise de Scarpelli, o perfil de liderança servidora acredita que, ao se concentrar nas necessidades e no treinamento do seu time, estes se tornam mais qualificados, motivados, engajados e produtivos. Além disso, a liderança e os liderados estabelecem uma relação de confiança, respeito, admiração e inspiração. Neste caso, uma gestão humanizada.
Para ele, outra característica importante de um líder servidor é que este perfil profissional tem sensibilidade o suficiente para entender as dificuldades e os pontos fortes de cada membro do seu time. Com isso, ele pode direcionar os esforços de maneira mais assertiva, tornando o trabalho da equipe mais eficiente e, consequentemente, também os resultados.
Relacionamento com a equipe é tudo
O especialista na área de consultoria e gestão de seguros ressalta que o ponto-chave da liderança servidora é o seu relacionamento com a equipe. “Não precisa ser íntimo, mas devemos ser educados e agradáveis, baseado no respeito e empatia. Assim, os liderados se sentem confortáveis em se expressar, apresentando seus anseios, medos, alegrias e vitórias”, diz
Scarpelli acredita que um ambiente construído a partir do respeito, empatia e gentileza não tem como ser maçante. “Além de melhorar o clima organizacional e preservar a saúde mental dos colaboradores, é possível desenvolver uma cultura diferenciada que também prospera os valores da empresa”.
Foco em pessoas
“Conviver em um espaço acolhedor e desafiador ao mesmo tempo é importante para o bem-estar e para o desenvolvimento profissional de um time”, acrescenta. “Isso gera valor e propósito na perspectiva dos funcionários e, consequentemente, os torna mais satisfeitos, reduzindo também o índice de turnover”.
Alexandre Scarpelli destaca que a liderança servidora é um estilo que pode ajudar na construção de equipes fortes, com profissionais satisfeitos, que tendem a somar alta qualidade ao trabalho e ajudar empresas a ampliar seus resultados, e não se faz necessário mudar sua liderança mas sim reeducá-la a uma gestão mais humanizada contando com a ajuda e treinamentos de especialistas.
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