A pandemia da Covid-19 trouxe à tona a importância da saúde respiratória e de como ela é fundamental para a nossa qualidade de vida. Nesse contexto, um recente experimento avaliativo constatou a eficácia dos exercícios respiratórios, por meio da espirometria de incentivo a fluxo (EI), no tratamento de pacientes com DPOC (Doença Obstrutiva Crônica).
Publicado em 2023, o artigo científico intitulado “Value of incentive spirometry in routine management of COPD patients and its effect on diaphragmatic function” destaca a relevância dos resultados obtidos, bem como a ampla possibilidade de aplicação e benefício para as pessoas acometidas pela doença. É importante lembrar que a DPOC é uma doença mundial, que afeta cerca de 300 milhões de pessoas e é a quarta maior causa de mortes, especialmente em países de baixa renda. No Brasil, estima-se que 7,3 milhões de pessoas sofrem com a doença.
A DPOC pode ser causada por diversos fatores, desde genéticos até a inalação de substâncias nocivas à saúde, como poeira, produtos químicos, poluição ambiental, tabagismo e uso de fogão à lenha. As duas doenças pulmonares mais comuns que se enquadram na DPOC são a bronquite crônica e o enfisema, podendo se desenvolver simultaneamente.
Por se tratar de uma doença crônica, o controle dos sintomas é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. E os exercícios respiratórios, agora comprovadamente eficazes, se apresentam como uma alternativa importante no tratamento da DPOC. Com essas informações, as campanhas de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para a DPOC são essenciais para salvar vidas e melhorar a saúde respiratória de milhões de pessoas.
O estudo buscou analisar como o uso da espirometria de incentivo a fluxo pode melhorar o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes com DPOC, além de verificar seus efeitos sobre a função diafragmática. Trata-se de um estudo relevante e promissor, pois oferece mais uma alternativa de tratamento para uma doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
Sobre o estudo:
• Foram selecionados 40 pacientes, critérios de inclusão: DPOC confirmada, idade superior a 40 anos, período de exacerbação aguda da doença com internação;
• Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1: utilizou EI e medicamentos e grupo 2: tratamento apenas medicamentoso.
• Foram avaliados: RX de tórax, escala de dispneia, gasometria arterial, espirometria, ultrassonografia, realizados na admissão e após 2 meses de uso do equipamento.
• O equipamento utilizado para a EI foi um de orientação a fluxo, como o respiron;
• A orientação foi de expirar completamente o ar, seguida de uma inspiração sustentada por pelo menos 5 segundos.
Sobre os resultados:
• Após 2 meses de estudo, houve diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos quanto ao VEF1/FVC em inspiração e diferenças altamente estatisticamente significativas quanto à PaCO2;
• Melhora nos achados ultrassonográficos, melhorando a escala de dispneia.
Os resultados mostraram que em pacientes com DPOC, a espirometria de incentivo por um curto período pode melhorar algumas funções respiratórias, gases sanguíneos e pode melhorar as funções diafragmáticas, portanto pode ser uma terapia complementar em um programa de gerenciamento de DPOC.
O artigo pode ser acessado clicando aqui.
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