A última edição do ‘Fantástico’, que foi ao ar no domingo, 14, mostrou um esquema de escuta clandestina da Polícia Militar de Mato Grosso que monitorou políticos, advogados, médicos e um jornalista como se eles fossem bandidos. A investigação era sobre o tráfico de drogas, mas no meio da lista que pedia a quebra de sigilo, estavam pessoas que não tinham relação com o crime.
De acordo com as informações do dominical, entre os grampeados estava o comunicador José Marcondes, mais conhecido como Muvuca. Para o jornalista, o caso se trata de atentado contra a democracia. “Para mim é o fim da democracia. O estado democrático de direito é abalado com esse e outros gestos”, afirmou à Globo. Muvuca acredita que foi alvo devido “as forças políticas que enfrenta no estado”.
O esquema de escuta foi descoberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e investiga quando começaram as intercepções e quem teria dado a ordem para os grampos. Já se sabe que os documentos pedindo à Justiça autorização de escuta foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior.
Ex-secretário estadual de Segurança Público e promotor de Justiça, Mauro Zaque, explicou que esse tipo de gravação telefônica de pessoas que não são acusadas de crime é conhecido como “barriga de aluguel”. “É um termo vulgar usado para a seguinte operação: a pessoa quer interceptar um advogado, um político, por exemplo, e pega um pedido num inquérito policial onde se investiga tráfico, coloca lá ‘traficante fulano de tal’, mas ao invés de inserir o número desse traficante insere o número da autoridade ou da pessoa”, explicou.
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