Ex-juiz federal responsável por julgar ações no âmbito da operação Lava Jato e atual ministro da Justiça e Secretaria Pública do governo Jair Bolsonaro, Sergio Moro voltou a demonstrar o seu descontentamento com a série jornalística batizada de #VazaJato. Um dos principais personagens dos conteúdos publicados há mais de um mês pelo site The Intercept Brasil e veículos parceiros, o ex-magistrado fez uso da estratégia praticada há anos por seu chefe. Usou o Twitter para direcionar críticas a esse tipo de noticiário.
“Essa campanha contra a Lava Jato está beirando o ridículo”, reclamou Moro, em postagem divulgada na manhã desta terça-feira, 16. “Continuem, mas convém um pouco de reflexão para não se desmoralizarem. Se houver algo sério e autêntico, publiquem por gentileza”, prosseguiu o ministro. Antes, na mesma mensagem, ele se colocou como “grande defensor da liberdade de imprensa”. O ex-juiz não citou o nome de nenhum jornalista ou veículo, mas seguidores relacionaram a crítica aos materiais — entre troca de mensagens e áudios — chamados de #VazaJato.
Apesar de não fazer nenhuma referência direta à #VazaJato, a mensagem de Moro foi publicada horas depois de o site The Intercept Brasil tornar público novos conteúdos da série. Em parceria com Reinaldo Azevedo, apresentador do ‘É da Coisa’ (BandNews FM) e blogueiro do UOL, foi revelada na noite de segunda, 15, mais uma gama de troca de mensagens que envolvem o hoje ministro e o procurador Deltan Dellagnol. No material divulgado, a dupla conversam sobre destinar dinheiro público (da Vara judicial então liderada por Moro) para a veiculação de uma campanha publicitária. Os dois não confirmam e nem negam a veracidade das mensagens.
Há duas semanas, O Antagonista publicou que a Polícia Federal, órgão que está sob o guarda-chuva de Sergio Moro, solicitou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) relatório das atividades financeiras por parte do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que é o fundador do site The Intercept Brasil. Agora, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli entrou no caso. Ao atender solicitação do partido Rede Sustentabilidade, ele deu prazo de cinco dias para que Moro e a PF respondam se, de fato, o comunicador responsável por liderar a série #VazaJato está sendo investigado.
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