A Comunicação Corporativa ganhou nova roupagem e relevância estratégica no último ano. A distância física — outrora um desafio — agora faz parte da rotina diária das organizações. E quando o assunto é o relacionamento com cada um dos stakeholders, a palavra mais importante é aproximar. Aproximar com eficiência, rapidez, clareza e principalmente humanidade. Compreender a realidade do outro, neste período peculiar da história e da economia, tornou-se essencial para quem deseja manter a saúde do negócio.
As telas conquistaram seu espaço como ferramentas de trabalho, ao permitirem estar perto com apenas um clique. A transformação digital acelerou avanços que só seriam consolidados após décadas de adaptação. A maioria das empresas têm presenciado uma das mudanças culturais mais velozes de sua trajetória. A partir deste cenário, o volume de informações exige novas formas de fazer gestão. Surge uma oportunidade e tanto para revisitar processos internos, aprimorar habilidades do time e estreitar a parceria com clientes.
Se antes a Comunicação Corporativa já tinha um papel importante para a imagem e o posicionamento das instituições, hoje, essa responsabilidade é ainda maior. Proteger e valorizar o capital humano, com manutenção da produtividade, é regra de ouro e passa pelo alinhamento entre gestores, colaboradores e agentes externos. É o verdadeiro significado de estar na mesma página. Manter o equilíbrio e o contato entre as partes é um ativo diretamente ligado à reputação, pois quando a informação flui, estruturada, cada um pode atuar com respaldo e assertividade na missão que lhe compete.
Aliás, os resultados mais brilhantes são alcançados a partir do respeito aos limites reais de cada membro da equipe, com margem para criatividade e inovação. E aqui cabe a máxima de que “a verdade liberta”. Não dar conta de tudo é uma característica plenamente humana, especialmente em fases adversas. A altivez está no reconhecimento de vulnerabilidades e na atitude sensível de pedir e oferecer ajuda se necessário. Quando a comunicação naturaliza e abre espaço para o comportamento colaborativo, cresce o nível de confiança e a qualidade das entregas.
Essa perspicácia também é fundamental em outra frente: na segurança. A migração de processos dos escritórios para os drives compartilhados reforçou a necessidade de investir na proteção de dados. Neste sentido, a comunicação corporativa tem o papel de zelar para que cada mensagem chegue aos interessados, sem risco de exposição indevida. Nem todo mundo se dá conta do impacto político ou do valor de mercado de algumas informações — que precisam ser trabalhadas com o devido sigilo. Quem atende grandes contas sabe que discrição não é característica ou diferencial, é requisito básico.
Tudo isso só reforça que o mundo corporativo atual é composto por talentos multidisciplinares que, mesmo à distância, precisam se complementar. Deve-se, portanto, garantir que a tecnologia seja um fator de inclusão, pois se um está remoto, todos também estão. Em tempos de travessia — na iminência de um longo processo de retomada econômica e institucional — é estratégico aproximar. E o grande aprendizado está em saber comunicar-se para dentro antes de oferecer as melhores soluções para fora.
*Gabriela Alcantara Braz é jornalista na Critério – Resultado em Opinião Pública
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