Depois de mais de três décadas de trabalho (dividido em duas partes), o jornalista Carlos Monforte deixou o quadro de colaboradores do Grupo Globo. Entre as atividades desenvolvidas para os veículos mantidos pela família Marinho, ele foi o primeiro apresentador e editor-chefe do ‘Bom Dia Brasil’, que estreou na TV Globo em 1983, e vinha respondendo por cargos de gestão da GloboNews desde o início dos anos 2000. De acordo com o site NaTelinha, a saída foi decidida pelo profissional.
Em nota divulgada à imprensa na semana passada, quando o apresentador deixou a companhia, a direção da Globo fez questão de enaltecer papel exercido pelo agora ex-funcionário. “Depois de muitos anos de um brilhante e maravilhoso trabalho na Globo, Carlos Monforte não mais colabora para a empresa. A Globo só tem a agradecer a ele tudo o que fez para que o seu jornalismo tenha essa enorme credibilidade junto aos espectadores. Monforte tem e sempre terá lugar de destaque na história da Globo”.
Aos 67 anos de idade, Monforte ainda não divulgou quais serão seus próximos passos na comunicação social. Apesar de trabalhar para o Grupo Globo desde 1978, sua primeira experiência com o jornalismo foi no meio impresso, mais precisamente nas redações dos jornais A Tribuna de Santos e O Estado de S. Paulo. Já como global, atuou nas reportagens, sendo um dos primeiros do país a fazer uso das chamadas “unidades móveis”, que passaram a permitir a realização dos links dos repórteres de TV.
Apesar da relação com a reportagem, Monforte se destacou na Rede Globo como apresentador. Além de ser o âncora inicial do ‘Bom Dia Brasil’, que era gerado a partir da sede da emissora em Brasília, ele esteve na bancada do ‘Bom Dia São Paulo’. A primeira fase dele no canal chegou ao fim em 1992, ano em que deixou o comando do noticiário nacional. Na época, o jornalista foi trabalhar na comunicação da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), mas voltou para a televisão dois anos depois.
Escândalo da parabólica
De volta à Globo e às reportagens, Carlos Monforte acabou como personagem do caso conhecido como “escândalo da parabólica” e que resultou na queda do então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, Rubens Ricupero. Na ocasião, o integrante do poder Executivo afirmou, antes de a entrevista entrar no ar pela TV aberta, não ter “escrúpulos”. “O que é bom a gente fatura; o que é ruim, esconde”, disse. A fala, contudo, foi interceptada pelo sinal das antenas parabólicas. Dias depois, Ricupero deixava o ministério.
Foco na GloboNews
No retorno à televisão, Monforte produziu reportagens e entrevistas para o ‘Jornal Nacional’ e o ‘Jornal da Globo’, mas começou a se dedicar ao canal de notícias da TV por assinatura do grupo, a GloboNews, desde 1998, quando começou a participar do programa ‘Espaço Aberto’. Na emissora hard news, passou a responder como coordenador do escritório na capital federal em 2000. Além da função de chefia, chegou a integrar as equipe de atrações como ‘GloboNews Política’ e ‘Fatos e Versões’.
Com informações do site Memória Globo.