Ex-funcionário da Globo assume ter vazado vídeo de William Waack

Diego Rocha Pereira, ex-funcionário da TV Globo, e Robson Cordeiro Ramos falaram sobre o vazamento do vídeo em entrevista à Jovem Pan

Operador de VT e ex-funcionário da TV Globo, Diego Rocha Pereira conversou com a Jovem Pan e assumiu ter vazado o vídeo de William Waack com o objetivo de discutir o racismo. De acordo com o que conta, ele teve a ajuda do designer gráfico Robson Cordeiro Ramos, que enviou o material em um grupo de líderes do movimento negro. Em entrevista ao site da rádio, os jovens, que também são produtores de uma festa de música negra na cidade de São Paulo, comentam que não esperavam a repercussão.

Diego Rocha explica que a equipe de link externo estava preparada para a entrada de Waack, que naquela noite entrevistaria o bacharel em história e mestre em jornalismo e assuntos públicos, Paulo Sotero. Ainda que não estivessem ao vivo, as imagens são gravadas e os operadores têm acesso ao material do link. “Tudo aconteceu enquanto a produção estava colocando o microfone nele. Ainda voltei as imagens para ter certeza, não estava acreditando que ele teria falado aquilo. Fiquei tão revoltado que filmei com meu celular”, revelou o ex-TV Globo à Jovem Pan.

Os jovens contam que já tinham mostrado o materialconteúdo para a imprensa, mas não teve o mesmo resultado de agora com a divulgação nas redes sociais. “Chegamos a ouvir, ‘se não é do William Bonner’, não interessa”, disse Robson Cordeiro. Segundo eles, a maneira como Waack falou foi muito natural, o que causou ainda mais indignação. “Eu me revolto porque ele [Waack] trabalha com milhões de negros dentro da Globo. Ele é o âncora, ele traz a informação, mas em volta dele tem um monte de negros trabalhando. Fico imaginando como ele é fora da câmera”, reforçou o designer gráfico.

A reportagem da Jovem Pan ainda revela que o vídeo divulgado um ano após ter sido gravado chegou a ser perdido, mas que recentemente Robson Cordeiro o encontrou em um backup. Diego e Robson contam que Waack não foi repreendido pelo comentário, ainda que o ambiente de gravação tivesse diretores e coordenadores, além do entrevistado. Divulgar o vídeo, para eles, é uma maneira de alertar para atitudes similares. “As pessoas vão pensar: ‘olha o que aconteceu com ele, se eu tiver a mesma atitude, acontecerá comigo também’”, afirmou Robson.

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