A jornalista Maria Vanessa Veiga Esteves, de 55 anos, foi morta a facadas nesta semana. O crime aconteceu na SQN 408 da Asa Norte, em Brasília, onde ela morava há dois anos. De acordo com as informações, a investigação trabalha com a hipótese de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Atualmente, Maria atuava como analista no Ministério da Cultura (MinC), mas ao longo da carreira ela acumulou larga experiência em TV, registrando passagens pelo Grupo Globo com trabalhos para o GNT e para a Globosat.
O Correio Braziliense informa que a jornalista estava estacionando o carro em frente ao prédio que morava, por volta das 23h30 da terça-feira, 8, quando dois homens chegaram e tentaram roubar sua bolsa. Enquanto um dos criminosos segurava a vítima, o outro esfaqueou pelas costas. Em reportagem do G1, imagens de segurança do condomínio mostram o momento em que os assaltantes fogem depois de matar a facadas a jornalista. Na ocasião, eles levaram a bolsa e o celular de Maria, mas deixaram o carro e as chaves do veículo. O conteúdo divulgado com exclusividade pela TV Globo será usado para identificar os criminosos.
Em entrevista para a TV Brasília, uma moradora que não quis se identificar afirmou ter ouvido o pedido de socorro de Maria e viu parte do crime pela janela. “Eles estavam segurando ela e ela falava ‘Não precisa isso. Leva tudo, mas não precisa isso’. Um puxou a faca e acertou as costas dela, atrás. Isso é uma covardia”, lamentou a testemunha. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas Maria morreu antes mesmo de o socorro chegar ao local.
Antes de se mudar para Brasília, Maria era moradora do Rio de Janeiro. Alguns colegas contaram ao Correio Braziliense que a jornalista estava feliz pela mudança para a capital federal feita há dois anos, já que se “trata de um local mais seguro e tranquilo” do que a região carioca.
Maria tinha longa história com o jornalismo. Ela foi coordenadora de programação do Canal GNT e da programação internacional dos canais Globo Internacional e Globosat, além de editora da TV Cultura e da TV Manchete. O corpo da comunicadora será enterrado na tarde desta quinta-feira, 10, no Cemitério Parque da Saudade, em Juiz de Fora.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF manifestou profundo pesar com a situação. “Em um contexto crescente de assassinato de mulheres, o Sindicato exige das autoridades públicas do DF uma investigação transparente e a responsabilização dos envolvidos no crime. Aos familiares e amigos, sentimos profundamente a perda desta grandiosa jornalista e nos colocamos à disposição para quaisquer auxílios”.
A triste notícia gerou nota de pesar do Ministério da Cultura (MinC). Veja, abaixo, a íntegra:
O Ministério da Cultura (MinC) manifesta pesar pelo falecimento da servidora Maria Vanessa Veiga Esteves, 55 anos, morta em um assalto na noite desta terça-feira (8), quando chegava em casa, na quadra 409 Norte, em Brasília (DF).
Maria Vanessa era servidora temporária do Ministério da Cultura desde maio de 2013 e estava lotada na Secretaria do Audiovisual (SAv). Formada em Comunicação Social e mestranda em Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB), a servidora era analista de projetos culturais da Lei Rouanet e tinha vasta experiência na área de TV. “Ela era bastante respeitada pelo conhecimento que detinha e pela própria pessoa amável e incrível”, afirmou o secretário do Audiovisual do MinC, João Batista Silva.
O gerente do passivo da SAv, Wanderlan Fernandes Guedes Filho, afirmou que todos os colegas estão consternados com a notícia. “Ela estava cheia de planos e feliz por ter tido a notícia de que um de seus trabalhos foi aprovado para ser apresentado em um simpósio, em Portugal. Foi uma crueldade o que fizeram, porque ela não esboçou nenhuma reação”, disse.
Considerada uma colega maternal e acolhedora, a mineira de Juiz de Fora morava sozinha em Brasília. A família ainda não informou acerca do velório e enterro da servidora.