Campinas 31/5/2021 –
A Kryptus desenvolveu o subsistema de criptografia CM4-B, que passou na revisão técnica multidisciplinar do IFFM4BR feita pela equipe do Instituto de Aeronáutica (IAE), ligado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O subsistema CM4-B já está há um ano sendo desenvolvido.
O programa IFF Nacional (do inglês Identification Friend or Foe, ou identificação de amigo ou inimigo) tem como objetivo o desenvolvimento de artefatos que serão utilizados no Programa F-X2, responsável pelo reequipamento e modernização da frota de aeronaves militares supersônicas da Força Aérea Brasileira (FAB) e que inclui a aquisição de 36 caças F-39 Gripen E/F.
A revisão, chamada de PDR, do inglês Preliminary Design Review, teve como objetivo atestar que a equipe do projeto fosse capaz de estabelecer uma linha base para todos os subsistemas (hardware, software, sistemas humanos e de suporte) e arquiteturas subjacentes, visando garantir que o sistema tivesse uma expectativa razoável de satisfação dos requisitos técnicos, logísticos e industriais (RTLI) dentro do orçamento e cronograma alocados.
Durante evento para analisar a maturidade tecnológica de cada um dos produtos em desenvolvimento, o DCTA informou que, “a despeito dos enormes desafios em se desenvolver um sistema tão complexo quanto o IFF Modo 4 Nacional, após demonstrar o atendimento dos critérios estabelecidos, o projeto passou pela revisão sem dívidas técnicas”. “Dessa forma, foi atestada a maturidade do projeto e sua aderência ao arrojado cronograma, o qual precisa atender a janela de integração para as próximas etapas de desenvolvimento do novo Gripen”, completa o comunicado.
A Kryptus está desenvolvendo, em parceria com a equipe de engenharia do IAE, o criptocomputador CM4-B, que será integrado ao F-39 Gripen E/F. Além do CM4-B, outros subsistemas que compõem o IFFM4 também foram avaliados.
Um dos critérios para a escolha da Kryptus no desenvolvimento do sistema criptográfico, além da alta capacitação técnica em projetos de segurança cibernética e ciberdefesa, foi o fato de ser uma empresa 100% nacional. “Em conflitos, é fundamental que o subsistema criptográfico do IFF seja de domínio nacional, já que a subversão deste componente crítico pode permitir, por exemplo, que aviões inimigos sejam identificados como amigos em um ataque aéreo, penetrando profundamente nas linhas de defesa”, comenta Roberto Gallo, diretor geral da Kryptus.
Segundo ele, nas últimas décadas, o avanço dos sistemas de armas, principalmente em torno da missilística, mudou o paradigma de identificação de plataformas —aeronave, navios, carros de combate — de visual e baseado em assinaturas, para um sistema ativo, baseado em criptografia. Essa evolução foi necessária para se automatizar a resolução de alvos, evitando fogo amigo, e, ao mesmo tempo, para atender aos avanços relacionados aos armamentos com capacidades BVR (do inglês Beyond Visual Range, ou além do alcance visual).
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