Uma boa notícia para quem usa o Facebook para divulgar conteúdo jornalístico sério e relevante. Depois de ser vista em polêmica mundial com a questão de vazamento de dados e de receber críticas por – aparentemente – apenas fingir ímpeto no combate às chamadas fake news a plataforma resolveu agir em prol do jornalismo. Nesse sentido, a rede social anunciou parceria com dois projetos de checagem de informações no Brasil, Lupa e Aos Fatos. O objetivo central do trabalho conjunto a ser iniciado nos próximos dias é didático: classificar como falsas postagens denunciadas por usuários.
Ao usar a versão brasileira de sua sala de imprensa virtual para falar da iniciativa anti-fake news, a equipe do Facebook explicou o que acontecerá com as páginas que forem flagradas postando materiais que comprovadamente não se sustentem na realidade dos fatos. Com Aos Fatos e Lupa tendo acesso aos materiais denunciados pela comunidade do site, as fan pages que entrarem na lista de disseminadores de boatos terão, automaticamente, a distribuição orgânica afetada. A rede social promete que a queda do alcance será “significativa” no feed de notícias. Em caso de reincidência, com compartilhamentos repetidamente de mentiras, a fan page terá todo seu conteúdo punido.
Líder de parcerias com veículos de comunicação do Facebook para América Latina, Cláudia Gurfinkel analisa que todos sairão ganhando com o novo trabalho. Segundo a executiva, no fim das contas, os usuários da plataforma terão acesso a melhores conteúdos. “Estamos comprometidos em combater a disseminação de notícias falsas no Facebook. Essa parceria com Aos Fatos e Agência Lupa é mais um passo em nossos esforços para combater a desinformação e melhorar a qualidade das notícias que as pessoas encontram no Facebook”, conta a representante da empresa controlada pelo norte-americano Mark Zuckerberg.
Iniciando seu projeto de verificação de notícias no Brasil, a companhia espera obter resultados similares aos alcançados nos Estados Unidos. Em seu país de origem, a rede conseguiu barrar a disseminação de muitas fakes news. “Esse mecanismo permitiu cortar em até 80% a distribuição orgânica de notícias consideradas falsas por agências de verificação parceiras”, conta a própria plataforma. Nos Estados Unidos, a ferramenta contra boatos já funciona há meses.
Auto denominada como “a primeira agência de fact-cheking do Brasil”, a Lupa foi idealizada – e é até hoje dirigida – por Cristina Tardáguila. Pelo projeto, a jornalista foi finalista como “Jornalista Empreendedora” do Prêmio Comunique-se 2017. Atualmente, o projeto conta com o trabalho de 11 profissionais e tem firmado parceria com o site da revista Piauí. A plataforma Um Brasil e o Departamento de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV) também são parceiros da empresa que está na ativa desde novembro de 2015 e que integra a International Fact-Checking Network (IFCN).
“Entramos neste projeto com muita energia e acreditando fortemente no impacto que ele terá, ainda mais num ano eleitoral. Melhorar a qualidade do debate público é um desafio para toda a sociedade, e estamos felizes em participar desta iniciativa junto com o Facebook”. A afirmação é de Cristina Tardáguila. Em seu discurso, a criadora da Lupa lembra que os brasileiros irão às urnas em outubro. No pleito de 2018, serão eleitos deputados distritais, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente da República. Os políticos que estavam pensando em usar a rede social para disseminar fake news terão de repensar suas estratégias.
Em operação desde julho de 2015, sendo mais antiga do que a Lupa, a agência Aos Fatos foi criada pela dupla Tai Nalon e Rômulo Collopy. Hoje, a equipe é composta por oito pessoas e conta, ainda, com rede de freelancers. No aspecto de parcerias, o projeto tem se mostrado diversificado. Neste ano, por exemplo, estão ativos acordos remunerados com o Facebook Journalism Project e o Open Knowledge Brasil. Em 2017, com foco na parte editorial, Aos Fatos produziu reportagens para quatro veículos: Brazilian Report, The Intercept Brasil, UOL e Volta Data Lab. Em 2016, o BuzzFeed Brasil publicou material produzido pela equipe de checagem.
“Aos Fatos foi criado sob a premissa de que todas as pessoas têm direito à informação verificada. Essa iniciativa casa bem com essa filosofia, além de amplificar o necessário trabalho dos checadores de fatos durante um período crítico da história brasileira”. As palavras são da diretora Tai Nalon. O discurso da jornalista sobre o momento brasileiro vai, de certa forma, ao encontro do mais recente estudo da organização Repórteres Sem Fronteiras. O relatório da ONG dá conta que o ódio contra a imprensa aumentou. Além disso, o Brasil aparece como “um ambiente de trabalho cada vez mais instável” para profissionais da comunicação. Ponto que pode melhorar com a punição de quem espalha fake news.
Com o anúncio da parceria do Facebook com a Lupa e Aos Fatos, o Movimento Brasil Livre (MBL) publicou fake news sobre o assunto. Sem base alguma com a realidade, o grupo usou a própria rede social e o site Sul Connection para criticar o projeto. A trupe liderada por Kim Kataguiri, pré-candidato a deputado federal pelo DEM de São Paulo, afirmou que o novo programa representa “censura ao pensamento de direita”. “O que está acontecendo é gravíssimo!”, enfatizaram na postagem que até o fim da manhã de sábado, 12, contava com mais de 5 mil reações, 1,6 mil compartilhamentos e 220 comentários. Sem compromisso com a verdade, a turma ainda diz que a atividade de checagem pode ameaçar a continuidade da Operação Lava Jato. Conteúdo que certamente será – acertadamente – marcado como falso daqui para frente.
O mimimi por parte do MBL, que chegou a chamar a revista Piauí de veículo da extrema esquerda, ajuda a demonstrar que, finalmente, o Facebook começa a combater a divulgação de notícias falsas entre páginas brasileiras. Os produtores de jornalismo e os usuários da rede social serão beneficiados. Que Lupa e Aos Fatos consigam, com o projeto recém-anunciado, fazer o que sabem: expor as mentiras que são propagadas dentro e fora da internet. Ao fim, que possa ser comemorado a vitória da imprensa séria na batalha travada contra as fakes news. Por ora, vamos juntos pegar a “lupa” para chegar “aos fatos” que mereçam ser banidos das redes sociais.
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