Opinião

Fake news: canteiro de obras da morte

O Brasil é hoje um foco de fake news de potencial mortífero. Um rastro de sangue já ilustra uma das páginas mais tristes de nossa história. Enfim, uma obra macabra assinada por um punhado de mentes doentias.

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Todos os dias, notícias irresponsáveis, sem fundamento científico e criminosas invadem as redes sociais com o objetivo único de desqualificar as vacinas contra a Covid-19, gerando insegurança entre a população e colocando em risco inclusive as nossas crianças.

As vacinas são, sim, resposta eficaz para enfrentar a pandemia do Sars-CoV-2 e suas variantes. Aliás, a eficácia e segurança delas têm comprovação em pesquisas de algumas das mais sérias instituições de saúde do planeta, além de parecer favorável de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), European Medicines Agency (EMA), Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA), pela Divisão de Alimentos e Produtos para a Saúde do Canadá (HPFB) e outros similares de vários países.

Neste momento, as fake news miram em especial a imunização em crianças de 5 a 11 anos. Enquanto médicos e autoridades sanitárias alinhados com a Ciência trabalham incansavelmente em prol de proteção para nossos filhos, netos, bisnetos, um grupo de negacionistas joga em sentido contrário.

As fake news miram em especial a imunização em crianças de 5 a 11 anos

Já contabilizamos mais de 300 óbitos nessa faixa etária no Brasil. É essencial que os pais sejam esclarecidos sobre a importância de vacinar seus filhos. Todos os médicos têm esse desafio agora. Só assim, com o envolvimento de todos, o número de mortes poderá ser estancado.

Na medicina, sempre reafirmo, enxergar o paciente como gente é tudo. Pessoas são a razão de nosso ofício, merecem nossos melhores esforços e ações.

Todos sempre têm muito o que melhorar. A estrada da evolução passa necessariamente pela verdade, a responsabilidade e o compromisso com o outro.

A consciência de nossa pequeneza é o primeiro e grande passo para evoluir.

__________________

Por Antonio Carlos Lopes, médico. Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM).

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