Fake news: Projeto Comprova inicia terceira fase

Projeto é iniciativa da da First Draft, que tem por objetivo o combate às fake news

Depois de um expediente especial de 75 dias dedicado exclusivamente à verificação de conteúdos suspeitos sobre o novo coronavírus e a covid-19, o Projeto Comprova começou nesta quarta-feira (10.junho.2020) com a terceira fase de suas operações de combate à desinformação e a conteúdos enganosos na internet (fake news).

Coordenada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a coalizão, que tem apoio do Facebook e do Google News Initiative, foi ampliada em 2020 para 28 organizações de mídia de todo o Brasil. Seis novos veículos de comunicação ingressam no projeto: Gazeta do Sul (RS), Correio do Estado (MS), Correio de Carajás (PA), Diário do Nordeste (CE), Estado de Minas (MG) e O Popular (GO).

O material produzido pelo Projeto Comprova pode ser republicado também por organizações que não façam parte da coalizão, já que os conteúdos têm licença Creative Commons, ou seja, podem ser republicados por qualquer veículo interessado, desde que haja atribuição ao Comprova e o conteúdo não seja alterado.

Nesta terceira fase, o Comprova vai retomar o monitoramento e a verificação de conteúdos suspeitos sobre políticas públicas do governo federal e eleições municipais, além de continuar investigando boatos sobre a pandemia de covid-19.

Combate às fake news

As equipes do Comprova vão checar textos, imagens e áudios compartilhados nas diversas plataformas de redes sociais e em aplicativos de mensagens seguindo metodologias desenvolvidas pela First Draft, organização internacional que pesquisa desinformação e oferece treinamento para jornalistas que atuam no combate ao fenômeno.

O objetivo dessa iniciativa é engajar cidadãos no combate à desinformação e limitar a circulação de boatos infundados sobre políticas públicas e de teor eleitoral em redes sociais e aplicativos de mensagens. A coalizão do Comprova verifica conteúdos suspeitos que se tornaram virais ou que tenham grande potencial de disseminar informações enganosas ou falsas.

O público pode denunciar conteúdos suspeitos ou falsos relacionados aos temas que estão no escopo do projeto e sugerir verificações por meio de um número de WhatsApp  –  (11) 97795-0022 – e por um um formulário no site.

Para Marcelo Träsel, presidente da Abraji, “o ingresso de novos integrantes no Comprova reforça o espírito colaborativo do projeto, um esforço de cooperação entre redações inédito na história do jornalismo brasileiro”. Ele acrescenta: “No atual contexto de guerrilha política baseada em desinformação e retrocessos na transparência, contar com parceiros em todo o Brasil para verificar conteúdo sobre políticas públicas e eleições municipais é fundamental.”

Leia mais:

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Claire Wardle, diretora e cofundadora da First Draft, saudou o retorno do projeto. “Estamos muito entusiasmados ao ver a continuidade do Comprova. Houve muitas iniciativas colaborativas de verificação de informações falsas relacionadas a eleições, mas o Comprova foi o primeiro a mostrar que as informações enganosas on-line não cessam com o fechamento das urnas e que projetos mais perenes são necessários. O Comprova confirma também por que os jornalistas, neste momento da história, precisam fazer o máximo possível para ajudar o público a navegar no poluído ambiente da informação”.

As organizações de mídia envolvidas na terceira fase do Comprova são: A Gazeta, Gazeta do Sul, AFP, Band News, Band TV, Band.com.br, Canal Futura, Correio (da Bahia), Correio de Carajás, Correio do Estado, Correio do Povo, Diário do Nordeste (CE), Estado de Minas, Exame, Folha de S.Paulo, GaúchaZH, Jornal do Commercio, Metro Brasil, Nexo Jornal, NSC Comunicação, O Estado de S. Paulo, O Popular, O Povo, Poder360, Rádio Band News FM, Rádio Bandeirantes, revista piauí, SBT e UOL.

Google News Initiative e Facebook Journalism Project ajudaram a financiar a terceira fase do projeto, e ambas as empresas estão fornecendo suporte técnico e treinamento para as equipes envolvidas.

O Comprova é uma iniciativa da First Draft, liderada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), e tem como parceiros institucionais a ANJ (Associação Nacional de Jornais no Brasil), o Projor, a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), a agência Aos Fatos e a RBMDF Advogados.

Os parceiros de tecnologia são CrowdTangle, NewsWhip, Torabit, Twitter e WhatsApp.

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Abraji

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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