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Falando sobre morte com os pequenos: 8 livros para ajudar pais a trabalharem o tema com as crianças

12/11/2020 –

A aproximação do dia de Finados faz com que a morte dos entes queridos seja mais lembrada e comentada entre as pessoas e pode acabar sendo uma boa oportunidade para introduzir o assunto e trabalhar esse tema com as crianças. Se para os adultos lidar com a morte é complexo e difícil, para os menores, que ainda não sabem lidar bem com os sentimentos e nem entender o que significa a morte de fato, pode ser ainda mais complicado.

De acordo com a editora de Literatura da Positivo Soluções Didáticas, Cristiane Mateus, os livros, neste momento, se transformam em uma boa alternativa para auxiliar os pais a conversarem sobre esse tema com as crianças. “O momento da leitura aproxima crianças e adultos. Faz com que os pequenos estejam mais propensos à escuta. Histórias que falam sobre a morte e apresentam a perda sob diferentes ângulos podem ajudar a criar o ambiente ideal – tranquilo e lúdico – para que os pais falem sobre o assunto com os filhos”, explica Cristiane.

Ela lembra que existem inúmeras histórias que falam sobre a morte, diversas e diferentes entre si. “Para escolher os títulos mais adequados, é essencial levar em conta a idade da criança e o quanto ela já é capaz de compreender sobre o assunto”, reforça Cristiane.

Para ajudar os pais a abordarem o tema em casa, por meio da leitura, segue uma seleção de oito livros infantis que falam sobre a morte e a perda.

1- Menina Nina — duas razões para não chorar, de Ziraldo (de 5 a 8 anos)

Menina Nina narra, de maneira bastante poética, a relação de uma garota com a sua avó. Toda a história é conduzida de forma leve e alegre, até que a dor aparece com a perda da avó. É a partir daí que começam a surgir questionamentos, quando Nina passa a tentar entender o que aconteceu. Ziraldo apresenta aos leitores duas razões do porquê não chorar, com uma linguagem simples, direta e cheia de esperança.

2- Marcéu, de Marcos Bagno (a partir de 10 anos)

Com muita beleza e sensibilidade, este livro de Marcos Bagno trata da relação de dois irmãos, Marcos e Marcéu. Os dois moravam numa casa à beira de um rio. Um rio gigante, que não dava para ver o outro lado de tão largo. Marcéu dizia que do outro lado do rio moravam as ideias. Marcéu, que tem um contato íntimo com a natureza, morre em uma enchente. O mais velho, com a trágica experiência, amplia e aprofunda sua visão de mundo e de si mesmo. Emocionante, poético, sensível e sem drama.

3- Para onde vamos quando desaparecemos?, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso (a partir de 9 anos)

A partir de uma série de questionamentos, as pessoas são levadas a refletir sobre a finitude da vida, sobre o tempo e, claro, sobre o aparecer e o desaparecer. Embora, mesmo para os adultos, seja praticamente impossível responder à questão proposta, a narrativa consegue lançar novas hipóteses sobre esse tema, trazendo poesia e respostas mais sérias. Elas variam conforme os casos apresentados, que vão desde as meias que “desaparecem” misteriosamente, até o sol que todos os dias vai embora.

4- Ficar triste não é ruim, de Michaelene Mundy (de 5 a 8 anos)

Este livro oferece às crianças de todas as idades (e às pessoas que as amam e orientam) uma visão realista e confortadora da perda – cheia de estímulos positivos e alentadores para lidar com a perda na infância. A obra promove o crescimento por meio de um sentimento de pesar honesto e sadio.

5- O Anjo da Guarda do Vovô, de Jutta Bauer (de 4 a 10 anos)

A partir de uma narrativa singela, um avô, que está em seu leito no hospital, passa a recordar e a contar para o neto os principais momentos da sua vida. Por meio dos desenhos, o leitor descobre que, em cada um desses acontecimentos, o vovô não estava sozinho: o seu anjo da guarda sempre estava por perto. Tudo nessa história é “dito sem dizer”, traduzindo o momento da despedida de forma completamente poética, falando sobre temas como experiência, aprendizado, legado e claro, sobre como lidar com a morte.

6- Pode chorar coração, mas fique inteiro, de Glenn Ringtved e Charlote Pardi (a partir de 6 anos)

A obra retrata um delicado processo de despedida vivido por uma avó e seus 4 netos. No centro da história está a Morte, uma figura temida e assustadora que, neste livro, mostra-se generosa e atenta à escuta e ao momento vivido pelos pequenos. E, ao longo das páginas, descobre-se que essa presença acolhedora é quem mostrará que abrir espaço para falar e conversar sobre as despedidas pode tornar algumas travessias mais humanas e possíveis. É dela, inclusive, a maravilhosa frase que dá nome à obra, a qual carrega uma importante lição para vida.

7- Harvey — Como me tornei invisível, de Hervé Bouchard (a partir de 9 anos)

Harvey é um garoto inteligente, mas que vê a sua vida virar de ponta cabeça após a morte do pai. Compelido por um sentimento desolador e desconhecido, o garoto tenta se refugiar, criando um mundo próprio de fantasia. Para isso, imagens e textos caminham lado a lado, ajudando a descobrir esse sentimento tão cruel e terrível que é trazido pela morte e também como aprender a lidar com ele.

8- A preciosa pergunta da pata, de Leen van den Berg (a partir de 1 ano)

A pata possui uma pergunta preciosa: afinal, o que acontece conosco quando falecemos e para onde vamos? Um questionamento importante para a pata, já que há pouco tempo ela sofrera a perda do seu patinho, algo que a entristece bastante. Buscando resposta para sua pergunta, a pata se encontra com vários personagens e cada um dará uma resposta completamente diferente para a sua dúvida, ajudando a entender de forma poética a morte e o que acontece quando morremos.

Website: https://www.centralpress.com.br/

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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