Famílias de jornalistas vítimas de acidente aéreo processam Chapecoense

A Associação Chapecoense de Futebol será processada por sete famílias de jornalistas vítimas do acidente aéreo ocorrido em novembro do ano passado em Medelín, na Colômbia. De acordo com o advogado João Tancredo, que defende as famílias dos profissionais, o time teria responsabilidade no episódio, apesar de não ter culpa pela queda da aeronave. As informações são do Estadão.

“A Chapecoense terá que ser processada, não tem jeito. Foi o clube que fretou a aeronave e fez o contrato com a empresa aérea. A Chapecoense tem responsabilidade sobre o transportado, ela teria que deixá-lo em seu destino”, afirmou o advogado, que tem entre clientes as famílias do jornalista Guilherme Marques e do produtor Guilherme Van der Lars, ambos da TV Globo.

Tancredo informou que, na segunda-feira, 30, solicitou à Justiça o contrato firmado entre o clube de futebol e empresa aérea LaMia, responsável pelo voo. Segundo ele, o objetivo é saber quem ficou responsável pela indenização, em casos de acidente. “Teria que ter sido feita apólice de seguro em nome dos passageiros. Ela é obrigatória”, disse.

Na apuração do advogado também será verificado quem pagou pelas passagens dos jornalistas. Segundo Tancredo, se foram as empresas de comunicação, elas também podem ter alguma responsabilidade na indenização. Ele afirmou que as famílias dos comunicadores ainda não receberam nada.

Vice-diretor jurídico da Chapecoense, Luiz Antônio Palaoro defendeu que as famílias de todas as vítimas unam forças contra os responsáveis pelo acidente. “O advogado está no direito de fazer o que quiser. Mas não somos responsáveis pelo acidente; somos vítimas também. O ideal é nos unirmos para brigar com seguradoras, com a companhia aérea e com o governo boliviano”, afirmou.

Palaoro informou que, em 8 de fevereiro, haveria uma reunião com a seguradora em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para discutir as indenizações, mas o encontro deve ser adiado porque a companhia não teria tido tempo hábil para analisar os documentos enviados pela Chapecoense. “Conclamamos as famílias para unir forças. O clube não é responsável direto. O clube ofereceu levar os jornalistas porque havia assentos vagos, mas ninguém foi obrigado a entrar no voo”, disse.

De acordo com o vice-presidente jurídico do clube, as famílias dos jogadores e funcionários do time receberam indenização de 28 salários pela Chapecoense, mais 12 salários pela CBF. “As famílias dos jornalistas também já receberam os seguros feitos por suas empresas”. Palaoro afirmou que a Chapecoense não tem recursos para pagar “indenizações milionárias”. “As pessoas que entrarem contra o clube terão caminho mais tortuoso”.

Ele negou, ainda, que o advogado que representa as famílias dos jornalistas tenha solicitado o contrato firmado entre a Chapecoense e a LaMia. “Fornecemos para a imprensa, para todos que pediram. Ele não pediu esse contrato”, afirmou.

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