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Fase é verde em São Paulo, mas setor artístico segue produzindo à distância

São Paulo 16/10/2020 – O meio artístico vem sofrendo desde o início da pandemia com o fechamento de teatros, cinemas, casas de show etc.

Na última sexta-feira (9), o Governo do Estado de São Paulo anunciou a progressão para a “fase verde” da quarentena na região metropolitana da capital paulista e em outras cinco regiões do estado. Ocorre que o coronavírus segue presente na sociedade, já tendo ocasionado mais de 150 mil mortes no Brasil, sendo mais de 37 mil apenas no estado de SP. Tal cenário gera questionamentos e incerteza quanto aos efeitos de uma reabertura total.

O meio artístico vem sofrendo desde o início da pandemia com o fechamento de teatros, cinemas, casas de show etc. Só para se ter uma ideia,  a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) estima que a crise provocou a perda de cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos. Assim, embora muito esperada, a reabertura dos espaços ao público deve ocorrer com cuidado e prudência, de modo a não contribuir com uma nova onda de contágio.

Nesse contexto nasce o projeto “Em Casa Pela Causa”, como uma iniciativa para fomentar o setor cultural, reunindo profissionais da arte em vídeos multiartísticos. 

“Nosso modelo prevê a criação de uma ampla rede de artistas das mais diversas áreas, como música, dança, teatro, artes visuais, digitais e performáticas, produzindo vídeos musicais e conteúdo artístico, remotamente. Com isso, esperamos conseguir alcançar mais artistas para participar de futuros vídeos, bem como disseminar nossa mensagem aos diferentes públicos espalhados pelo Brasil”, explica Luiz Tristão, o Tristo, artista e idealizador do projeto junto com o também artista Renato Wertheimer.

Com a missão de expressar livremente todas as formas de produção artística, defendendo causas de interesse social, o projeto vislumbra envolver pessoas de todo o Brasil para produzir arte de maneira colaborativa e remota.

“Já parou para imaginar como seria o nosso dia a dia na quarentena se não existisse arte? Sem aquela playlist que escutamos toda manhã, sem as séries e filmes que tanto amamos e sem aquele livro que não sai da cabeceira? Para nós, é nítido que a arte tem sido fundamental para nos ajudar a superar esses tempos difíceis. Por isso ficamos muito felizes com o lançamento do projeto e com os feedbacks das pessoas e dos artistas que estamos em contato”, complementa Renato. 

O projeto teve como marco inicial o lançamento da canção “Em Causa”, composta pelos idealizadores do projeto no início da quarentena. A música promove uma reflexão sobre os últimos sete meses de isolamento, relacionando as diferentes fases da pandemia, desde o desespero inicial com o que parecia o “fim do mundo”, até o momento atual, em que a sociedade vem muitas vezes se precipitando e deixando de tomar precauções importantes.

“Durante a última semana, antes do feriado, fui trabalhar do litoral. Tudo estava tranquilo durante a semana, mas quando foi chegando o fim de semana, fui ficando cada dia mais horrorizado com a quantidade de pessoas sem qualquer tipo de preocupação, lotando as praias. Máscara era raridade, distanciamento social era lenda e o coronavírus parece que tinha sido extinto e tinham esquecido de me avisar”, desabafou Tristo.

A pandemia segue causando vítimas no Brasil e no mundo, o que enaltece iniciativas como a do “Em Casa Pela Causa”, que além de pregar a produção à distância – respeitando o isolamento social até que haja uma vacina disponível contra o coronavírus –, oferece aos artistas participantes a possibilidade de recolher verba oriunda da reprodução dos vídeos e músicas produzidos pelo projeto em diversas plataformas digitais, como o YouTube e o Spotify:

“Normalmente, as músicas possuem um registro de obra, que é a composição da música, e um registro de fonograma, que é o registro da gravação da música, e inclui as informações de todos os músicos, intérpretes, produtores e autores que participaram daquela gravação. Nossa proposta é incluir os artistas que não participaram da gravação do áudio, mas que produziram suas artes para o vídeo, como intérpretes no registro do fonograma, de forma que, se aquele fonograma atingir um número relevante de reproduções, os artistas poderiam recolher verba vinda dos direitos de reprodução”, explica Renato. 

A canção “Em Causa” encontra-se disponível no YouTube e, desde hoje, está também à disposição do público em plataformas como o Spotify, Deezer, AppleMusic e Tidal. Cada reprodução nas redes torna mais próximo o objetivo do projeto de conseguir remunerar, organicamente, todos os seus participantes.

Para quem ainda não assistiu ao vídeo de “Em Causa”, fica a recomendação (link no final da matéria). Para quem gostou e quer mais, o ECPC anunciou o lançamento do segundo vídeo do projeto, ainda nesse mês, homenageando o ícone da MPB, Milton Nascimento, que completa 78 anos no dia 26 de outubro. 

Website: https://www.youtube.com/channel/UCqIDeIpL5RKWjEX38Hr04uQ?reload=9

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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