Nesta terça-feira, 8 de março de 2022, quando se é comemorado mais um Dia Internacional da Mulher, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) fez um pedido público. De acordo com a entidade, é preciso ir à luta. Mas não de qualquer forma. Para ela, é necessário que se “lute como uma jornalista!”.
Em artigo divulgado originalmente em seu site oficial, a Fenaj observa a necessidade de se manter ativa a luta de mulheres jornalistas por mais direitos — e respeito — no Brasil. A instituição, que há anos é presidida por uma mulher (Maria José Braga, a Zequinha), aproveitou a data para relembrar informações que mostram, infelizmente, que a classe não tem muito o que comemorar no país, com desafios que têm ido além de combater à Covid-19.
Fomos os principais alvos de casos de violência de gênero contra profissionais da imprensa
“Um monitoramento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), financiado pela Unesco e que teve o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mostrou que, no ano passado, nós fomos os principais alvos de casos de violência de gênero contra profissionais da imprensa”, lamenta a direção da entidade. “Foram registrados 119 casos contra 89 jornalistas (algumas foram agredidas mais de uma vez). Desse total, 91,6% dos casos tiveram como alvo mulheres jornalistas”, informa.
Para além dos dados referentes ao levantamento coordenado pela Abraji, a Fenaj afirma que, no Brasil, mulheres jornalistas precisam enfrentar diretamente o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Nesse ponto, a entidade faz questão de se referir ao mandatário do país como “genocida”. “Vivemos ainda o constante ataque do governo genocida de Jair Bolsonaro, e de seus aliados nos estados e municípios, aos nossos direitos sociais, sexuais e reprodutivos”, protesta a entidade.
Leia, abaixo, a íntegra da nota publicada pela Fenaj:
Pelo segundo ano consecutivo, nós mulheres estivemos na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19. Somos a maioria da classe trabalhadora em diversas áreas consideradas essenciais, inclusive no Jornalismo.
No entanto, continuamos sendo, em especial as mulheres negras, as que recebem menos, as que ocupam menos cargos de chefia, as que estão mais expostas ao assédio moral e sexual e às demais violências relacionadas ao nosso trabalho.
Um monitoramento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), financiado pela Unesco e que teve o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mostrou que, no ano passado, nós fomos os principais alvos de casos de violência de gênero contra profissionais da imprensa. Foram registrados 119 casos contra 89 jornalistas (algumas foram agredidas mais de uma vez). Desse total, 91,6% dos casos tiveram como alvo mulheres jornalistas.
Fomos, também, assim como as demais mulheres da classe trabalhadora, as mais afetadas pela crise sanitária, econômica e social que se aprofundou desde 2020. Sofremos com a sobrecarga de trabalho, com as duplas, às vezes triplas, jornadas; com o teletrabalho em condições precárias acumulado às demandas domésticas e de cuidado; com o desemprego; com a carestia.
Vivemos ainda o constante ataque do governo genocida de Jair Bolsonaro, e de seus aliados nos estados e municípios, aos nossos direitos sociais, sexuais e reprodutivos, com desmonte de políticas públicas voltadas para a nossa Saúde, para o combate à violência doméstica, de gênero e à LGTfobia.
Diante de tanta precarização das nossas condições de trabalho e vida, a Comissão de Mulheres Jornalistas da FENAJ adotou como tema para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres – 8 de março de 2022, “Trabalho decente e sem violência para as jornalistas – pela Convenção 190 da OIT”.
Lutamos para viver em um país que pare de nos matar, violentar e usurpar nossas liberdades e direitos. Exigimos trabalhar em segurança e com condições decentes, para que possamos continuar fazendo do Jornalismo um instrumento de defesa da democracia, de transformação social e de combate às opressões.
Neste sentido, a Convenção 190 traz avanços importantes, como ampliar o entendimento do que seja violência e assédio e tratá-los não apenas no local de trabalho mas no mundo do trabalho. A Convenção 190 avança mais ao eleger a igualdade de gênero como pilar do trabalho decente, imprescindível à dignidade das trabalhadoras.
Seguiremos na linha de frente da resistência contra todos que atacam nossos direitos e liberdades democráticas. Por isso, neste 8 de Março, nós também reivindicamos nosso direito a uma vida melhor e reverenciamos oito mulheres que fizeram história no jornalismo brasileiro para nos inspirar e impulsionar para as lutas e desafios que se colocam em nosso horizonte.
Ontem, hoje e sempre: Lute como uma jornalista!
Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome.
Brasília, 8 de março de 2022
Comissão de Mulheres Jornalistas da FENAJ
Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
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