Festival de cinema com produções relacionadas ao público LGBT será realizado no Rio de Janeiro até o dia 16 de julho
A exibição de um documentário sobre a história da travesti Luana Muniz, conhecida como “a rainha da Lapa”, marcou na quinta-feira, 6, o início da sétima edição do Festival Rio de Gênero e Sexualidade no Cinema. O evento vai até 16 de julho e espalhará dezenas de curtas e longas-metragens pelas salas de cinema da cidade. Os premiados pelo festival serão conhecidos na tarde do dia 16.
O diretor do festival, Alex Mello, destaca que a produção de filmes com temática LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) é numerosa, e que o evento busca dar mais visibilidade e fazer com que esses filmes cheguem ao maior número possível de pessoas, para levar a mensagem de igualdade de direitos: “Dentro do Brasil, o festival tem uma outra grande importância, que é a luta contra o preconceito”.
Entre os 87 filmes – dos quais, 12 longas-metragens – há produções de outras partes do mundo, o que o diretor do festival considera uma riqueza para a experiência do público com as condições de vida da população LGBT. “O festival acaba sendo rico também por isso, porque engloba filmes de várias partes do mundo que estão passando por momentos muito diferentes”.
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O documentário “Luana Muniz – Filha da Lua” terá sua primeira exibição pública no Odeon, na Cinelândia, às 20h de hoje. Com duração de 75 minutos, o longa conta a história de Luana a partir da adolescência, quando vivia em uma família de classe média, até seguir seu próprio caminho e se tornar uma personalidade do bairro carioca. Entre os assuntos abordados estão a transfobia, a falta de oportunidades de trabalho e a sobrevivência pela prostituição, realidade de muitas mulheres transexuais.
Leonardo Menezes, que assina o filme com Rian Córdova, conta que, ao longo de dois anos, foram entrevistados amigos e pessoas famosas que conheceram a travesti, conhecida por manter uma casa que abrigava outras mulheres transexuais no bairro e por militar contra a estigmatização da prostituição. “Ela se colocou tanto entre os profissionais do sexo quanto entre os moradores da Lapa. Não havia quem não a respeitasse e não entendesse a legitimidade que ela tinha nessa região”, disse Leonardo.
Dona da frase popular na internet “travesti não é bagunça”, dita por ela durante uma edição do programa ‘Profissão Repórter’, da TV Globo, Luana também virou notícia quando foi revelada sua amizade com o padre Fábio de Melo, apresentado a ela pela cantora Alcione. A cantora e o colunista do jornal Extra Leonardo Ferreira, que noticiou a amizade, estão entre os entrevistados pelo documentário. Luana morreu em maio, quando o documentário estava nas filmagens finais.
Além do Odeon, o festival exibirá filmes no Centro Cultural da Justiça Federal (Centro), no Instituto Cervantes (Botafogo), no Cine Arte UFF (Niterói), no Cine Joia (Copacabana) e no La Cueva (Copacabana). Um dos destaques do festival, a estreia do longa brasileiro A Cidade do Futuro, também será hoje, às 19h, no Cine Arte UFF. O endereço é Rua Miguel de Frias, 9, zona sul de Niterói.
A programação completa pode ser acessada na página do festival na internet: http://www.riofgc.com.
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