Katie Irish e Lori Hicks falam sobre os desafios de produção da série The Americans e dão dicas aos produtores e figurinistas iniciantes
A Imprensa Mahon conversou com a equipe responsável pelo visual anos 1980 e pelos disfarces incríveis utilizados pelas personagens da série The Americans: a figurinista Katie Irish e a maquiadora Lori Hicks, esta última com três Woody Allens no currículo. Para Katie, o maior desafio da série são os disfarces: “É uma história de espiões, e nós temos um grupo de personagens que a audiência conhece bem, mas que ao longo da trama eles têm que se infiltrar, ou eles têm que ser uma outra pessoa, então além de fazer o desenho do figurino nós também fazemos os disfarces deles, para eles não serem reconhecidos pelo seu vizinho do FBI, ou por qualquer outra pessoa que eles encontrem. E isso é muito divertido, mas um pouco difícil, porque nós queremos que eles sejam reconhecíveis para a audiência. É aprender quão longe você pode ir. O que você pode fazer de uma maneira que seja plausível que o vizinho não os reconheçam, mas que a audiência ainda saiba quem eles são. É uma linha fina, e estamos sempre andando sobre ela”, afirma.
Questionada sobre qual dica daria para os produtores e figurinistas iniciantes, Katie dispara: “A primeira coisa que eu diria, que eu aprendi não exatamente com o The Americans, mas com pequenos filmes independentes em que eu trabalhei: Quando você está levantando um orçamento, ele não é só sobre roupas. Muito dinheiro vai para as roupas que você vê na tela, mas nós temos que comprar cabides para pendurar as roupas, sacos de vestuário para levar as roupas para o set na chuva, um caminhão para tudo ser carregado, araras com rodinhas, lavanderia. Onde as roupas serão lavadas? Quem fará isso? Há muito custos que são associados e que não são necessariamente evidentes quando se está fazendo um orçamento”, diz.
Já para Lori, o segredo está na escolha da equipe: “Para mim o importante é que quando você for contratar um time criativo, que todos gostem de si, trabalhem bem juntos, e que tenham harmonia. Porque todos trabalha juntos. Assim a energia flui. Se pergunte: Como as pessoas se relacionam entre si? Porque serão muitas e muitas horas no mesmo ambiente, e não, você não quer trabalhar num ambiente tóxico”. Katie emenda: “Ninguém trabalha no vácuo, todos trabalhamos para o mesmo produto, para a mesma ideia. Então se você tem pessoas que trabalham bem juntas será mais fácil. Simplesmente será bem mais fácil. Se você tem pessoas que se conhecem ou que tem alguma história”, afirma.