Fim da Copa na imprensa: despedidas, emoção e expulsão de hotel

A Copa do Mundo que consagrou a França como grande vencedora terminou com despedidas, comemorações e emoções na imprensa brasileira, além da expulsão de Jamil Chade do Hotel Lotte

A França é bicampeã da Copa do Mundo. O jogo que definiu a grande vencedora da competição foi no domingo, 16, e deixou a Croácia como segunda colocada. A data marcou também o fechamento do ciclo de alguns comunicadores brasileiros na imprensa, que aproveitaram a ocasião para se despedirem da carreira, e pela expulsão de Jamil Chade do Hotel Lotte.

A despedida de Arnaldo Cezar Coelho emocionou muitos telespectadores. O comunicador e ex-árbitro, que está há 29 anos ao lado de Galvão Bueno, anunciou que vai se aposentar. Segundo as informações do UOL, aos 75 anos, o profissional segue como comentarista da emissora pelo menos até dezembro.”Eu tive minha fase como árbitro e cheguei a apitar uma final de Copa. Tive minha fase de comentarista. E preciso dizer que está chegando ao fim esta minha fase. Tenho novos projetos. A Globo está de portas abertas e sei disso. Mas quero descansar um pouco, é uma vida muito fatigante. Quero me dedicar à minha família e meus negócios.”

Galvão Bueno também deixou no ar uma possível aposentadoria como narrador. Ele chegou a falar ao vivo que provavelmente essa seria a sua última Copa do Mundo. “Não sei se é minha última Copa do Mundo narrando. Talvez seja. Comecei em 74, mas se tiver sido minha última Copa narrando, e provavelmente seja, foi especial, emocionante, maravilhosa, como se tivesse sido a primeira. Foi uma Copa realmente de mexer com o coração de todos nós”.

A garra de Casagrande

O depoimento de Walter Casagrande também emocionou, que falou da experiência de passar “uma Copa sóbrio”. O comentarista teve já falou sobre sua trajetória como usuário de drogas, sendo internado em uma clínica de reabilitação após um acidente automobilístico sofrido sob efeito de cocaína e medicamentos em 2007.

“Essa é a Copa mais importante da minha vida. Eu tive uma proposta quando vim para cá, quando saí do Brasil, que era chegar pela primeira vez numa Copa do Mundo sóbrio, permanecer sóbrio e voltar para a minha casa sóbrio. Então estou muito feliz”, disse Casagrande.

Comemoração no Fox Sports

No caso do Fox Sports, o fim da Copa do Mundo foi motivo de comemoração. Comemoração pelos resultados alcançados durante a cobertura do torneio. Em comunicado enviado à imprensa, a emissora destaca que foi responsável, entre outros feitos, por fazer Jô Soares retornar à televisão e por colocar uma mulher para narrar uma partida na competição pela primeira vez na história da TV brasileira. O veículo de comunicação ainda informou ter produzido mais de 700 horas de transmissão e enviado 100 profissionais para a Rússia.

Caso Jamil Chade

Jamil Chade foi expulso do Hotel Lotte, sede da Fifa durante a Copa do Mundo. Em reportagem para o Estadão, o jornalista, enviado especial de Moscou, falou sobre o assunto. De acordo com ele, o motivo da expulsão teria sido por causa de uma postagem que Chade fez nas redes sociais sobre o emir do Catar, que havia deixado o restaurante do hotel sem pagar a conta.

Chade revela que estava no sofá do local sentado escrevendo uma reportagem quando foi abordado por seguranças que pediram sua credencial da Copa do Mundo. “Depois de fornecer o documento, fotos foram feitas da credencial e minha. Enquanto policiais me cercavam, um deles fez um telefonema. Ao desligar, ordenou que os demais me retirassem do recinto. Um deles me agarrou para que eu me levantasse, enquanto os demais foram me empurrando para fora, sem dar qualquer tipo de explicação”.

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Em primeiro momento, o hotel não deu explicações para a ação. Mais tarde, porém, um dos gerentes revelou que a expulsão foi motivada pelo post feito por Chade sobre a história da conta que não foi paga pelo emir do Catar. O conteúdo do post foi feito em conjunto com o repórter do New York Times e revelava os comprovantes fiscais da conta de cerca de US$ 70 (R$ 269). Chade ainda conta como descobriu e apurou o caso.

“A garçonete, sem saber que eu e o outro jornalista não estávamos em sua delegação, se aproximou da reportagem pedindo que eu pagasse a conta. Segundo ela, ninguém havia pago a conta do chefe supremo do país do Golfo. Não pagamos a conta, tiramos fotos dela e postamos nas redes sociais apenas o que ocorreu. Para a delegação do emir, porém, isso foi uma “violação da privacidade”, motivo suficiente para que um repórter seja expulso”, desabafou o correspondente internacional.

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