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Fintechs concederam mais de R$ 12 bilhões em crédito em 2021

A combinação dos avanços regulatórios com o aumento da competição, a evolução do open finance e a adoção dos meios digitais pelos consumidores impulsionou o segmento das fintechs de crédito, mesmo em meio à pandemia. É o que revela a 2ª edição da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital, feita em parceria entre a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e a PwC Brasil. 

De acordo com o levantamento, R$ 12,7 bilhões foram concedidos pelas fintechs de crédito em 2021. O volume é quase o dobro do registrado no ano anterior – R$ 6,5 bilhões – e quase cinco vezes superior ao anotado em 2019, que foi de pouco mais de R$ 2,6 bilhões. O crescimento do crédito via fintechs ocorreu principalmente por meio dos empréstimos destinados a pessoas físicas, que cresceram 141% em 2021 na comparação com o ano anterior. Entre as pessoas jurídicas, o aumento foi de 46%. 

A pesquisa aponta que as empresas analisadas registraram expansão média anual de 233% em sua carteira no ano passado, após alta de 84% em 2020. Quando analisados os segmentos de clientes separadamente, as fintechs voltadas a pessoas físicas apresentaram salto de 118% em suas carteiras, enquanto as que atendem empresas registraram alta de 430% no ano mesmo período. 

Segundo o levantamento, a principal modalidade de crédito oferecida para o consumidor final no recorte analisado foi o crédito/empréstimo sem garantia (62%), enquanto o financiamento de veículos (27%) encabeçou a lista no segmento de pessoas jurídicas. 

A rapidez na resposta ao cliente, em um processo fácil e sem burocracia, segue como um dos grandes diferenciais das fintechs de crédito. Para 94% destas empresas, conseguir realizar a análise de crédito e a liberação do empréstimo em menos de 24 horas é o principal gargalo que a startup pretende solucionar em relação ao sistema bancário tradicional, inclusive, 86% destas empresas já estão se beneficiando do acesso ao Cadastro Positivo em suas análises de crédito para agilizar processos. 

O estudo demonstra, também, que houve um considerável amadurecimento no modelo de negócios das fintechs de crédito no período analisado. Os dados apontam que 74% das empresas ouvidas estão na fase de consolidação e expansão – há dois anos, o índice era de 49%. O percentual de fintechs com mais de 300 colaboradores saltou de 9%, em 2019, para 18% em 2021. 

“Mesmo com a revolução que vimos nos últimos cinco anos no segmento de serviços financeiros digitais, hoje as fintechs representam menos de 5% do setor de crédito no Brasil. O mercado e as empresas amadureceram, mas ainda há muito espaço para crescer. A retração que vimos durante a pandemia, por exemplo, criou uma oportunidade para as fintechs, pois clientes com bom perfil puderam conhecer e experimentar alternativas aos bancos. A portabilidade dos dados dos clientes e a interoperabilidade de garantias e transações possibilitada pelo open finance vão ter um impacto transformacional no crescimento do setor nos próximos anos”, afirma Sandro Reiss, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital. 

A Pesquisa Fintechs de Crédito Digital destaca ainda a evolução das fintechs de crédito em seus modelos de negócios e análises de risco, indicando um aperfeiçoamento ainda maior no uso dos dados com o avanço do open finance, a evolução do open banking. 

“Antes, o desafio era ter acesso ao dado do cliente para oferecer opções de crédito mais vantajosas e com mais agilidade. Agora que as empresas vão ter esse acesso, o desafio será criar algoritmos de qualidade, que consigam extrair inteligência dos dados que estarão disponíveis. O benefício do open finance só se concretizará para as empresas que tiverem bons algoritmos para saber usar bem os dados”, analisa Luís Ruivo, sócio da PwC Brasil. 

Outras conclusões da pesquisa incluem:

  • 43% das fintechs de crédito atendem apenas a pessoas físicas, 38% tanto pessoas físicas quanto jurídicas, e 19% exclusivamente pessoas jurídicas;
  • Em 83% das fintechs de crédito, mais da metade dos clientes têm acesso ao sistema bancário tradicional;
  • Para pessoas físicas, houve uma ampliação da oferta de produtos oferecidos no período analisado, enquanto as fintechs que concedem empréstimos a pessoas jurídicas se mostraram cada vez mais especializadas;
  • 37% das fintechs pesquisadas têm autorização do Banco Central para operar, mais que o triplo do percentual de 11% registrado em 2019;
  • 77% das empresas que têm autorização do Banco Central atuam apenas como SCD –  Sociedade de Crédito Direto;
  • A principal fonte de captação das fintechs em 2021 veio por meio de aporte de acionistas (46%), seguido por FDIC (42%) e capital próprio (29%).

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