Mulheres em diferentes faixas etárias podem prevenir ou tratar dores pélvicas crônicas, dor genital, incontinência urinária e intestinal e, até mesmo, prevenir ou tratar os efeitos do câncer de colo de útero (CCU) – quarto tipo de câncer mais frequente na população feminina do mundo todo – com exercícios de fisioterapia que podem ser praticados durante as atividades diárias.Recentes estudos publicados na Revista Brasileira de Fisioterapia Pélvica, em dezembro de 2022, comprovaram que novas técnicas de liberação miofascial para dor genital pélvica crônica e sexual são eficazes e eficientes para eliminar a dor em até dez atendimentos.
Neste estudo, os protocolos de liberação miofascial para dores genitais e dores pélvicas crônicas tiveram 100% de eficácia em 117 mulheres, acima de 33 anos, de 8 cidades brasileiras que participaram da pesquisa. “Todas relataram não ter mais dor ao final do tratamento, com uma média de cinco sessões e eliminaram por completo a dor referida pelas mulheres em um máximo de 10 sessões”, conta a fisioterapeuta coordenadora da clínica AGMA, Dra. Rúbia Benatti, que fica no Eco Medical Center em Curitiba
A dor pélvica crônica aflige um quarto da população mundial, sendo que muitas mulheres não conhecem a existência de tratamento eficiente.
A ginecologista, Dra. Juliana Chalupe, explica que a fisioterapia pélvica e o autoconhecimento do corpo, são profiláticos e ajudam a evitar e prevenir problemas do assoalho pélvico, inclusive antes do parto.
“Dores pélvicas que levam pacientes aos consultórios estão relacionadas principalmente com contraturas dos músculos do assoalho pélvico ou aderências dos tecidos conectivos da pelve e seu assoalho. Exercícios ajudam muito no fortalecimento destas regiões e a evitar problemas futuros, inclusive após o parto”, reforça a ginecologista.
Já a médica urologista, Dra Denise Sbrissia reforça que, com o passar do tempo e avanço da idade, as mulheres podem vir a ter incontinência urinária e intestinal. “É preciso desmistificar que perder urina é normal e que sentir dor na relação é normal, pois não é normal e tem tratamento não-cirúrgico. A fisioterapia pélvica ajuda a prevenir e traz resultados de forma rápida e eficiente para complicações como estas”, conta a urologista.
Fisioterapia pélvica e câncer
No que se refere ao tratamento do câncer de cólon de útero (CCU), estudos comprovam que a fisioterapia pélvica conseguiu tratar as complicações ginecológicas e melhorar a função muscular e sexual das mulheres.
Isso porque as mulheres que passam pelo tratamento deste tipo de câncer – devido aos efeitos colaterais da cirurgia ou da radioterapia – podem ter complicações como ressecamento vaginal, disfunção orgásmica, incontinência urinária e intestinal, presença de estenose vaginal e fístulas. Estas complicações podem surgir até 5 anos após a finalização do tratamento. Além disso, o calor corpóreo e a dor pélvica são outros achados comuns a este grupo de mulheres.
“Neste estudo, evidenciou-se que a fisioterapia consegue tratar as complicações ginecológicas e assim melhorar a função muscular e sexual das mulheres pós-tratamento de CCU, utilizando treinamentos musculares, respiratórios e relaxamentos”, finaliza a Dra, Rúbia Benatti que coordena a Clínica AGMA, localizada no Eco Medical Center em Curitiba.