Após superar o desafio do vestibular e passar anos estudando, você está formado! Mas e agora, já sabe o que vai fazer? O término da universidade é um momento de transição, que envolve muitas descobertas e dificuldades. Para muitos recém-formados, a etapa vem acompanhada de questionamentos sobre como planejar a carreira. Mas mantenha a calma, tudo isso é normal.
O passo mais natural é buscar um emprego para colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, mas a pouca experiência, ou a falta dela, podem representar um grande obstáculo, ainda mais na área de comunicação, em que o mercado é cada vez mais competitivo.
Se você é recém-formado, ou está prestes a concluir o ensino superior, e está com dificuldades para encontrar um emprego, confira dicas de recrutadores para ajudar no processo de busca.
Para o gerente da Page Personnel, Ricardo Haag, a universidade é um bom início, mas não prepara para o mercado de trabalho. “Já passei por isso. Quando entrei aqui, eu tinha essa sensação de estar preparado, mas na primeira semana me dei conta de que eu tinha que ser humilde. Tinha muito o que aprender ainda”. Ele destaca que o profissional precisa ter visão do mundo ampla, mas que isso só é desenvolvido ao longo dos anos.
“A comunicação é uma área bem ampla. É preciso ter foco para procurar nos canais certos e não se frustar”, ensina a consultora da People On Time, Bárbara Britto. No entanto, tão importante quanto isso, é estar aberto a oportunidades. “Há muitas vagas temporárias que são recusadas de cara pelos candidatos. Não faça isso. Pode ser a chance de aprender coisas novas e conhecer pessoas interessantes”, completa.
Enquanto não encontra a oportunidade trabalho, é bom avaliar se você possui todos os conhecimentos que o mercado valoriza. A dica é da gerente de orientação de carreira da DMRH, empresa responsável pela Cia de Talentos, Bruna Tokunaga Dias. “Será que não é o momento de melhorar seu inglês ou o conhecimento em Photoshop, por exemplo?”, orienta. Apesar de parecer óbvia, o mercado é carente de profissionais que dominam a segunda língua, na avaliação de Haag. A sugestão dele é valorizar, ainda, as habilidades cognitivas de comunicação. “Existem cursos para preparar a pessoa a falar em público, escrever e escutar”.
“Deixe claro aos seus contatos que está buscando uma oportunidade e se aceita também fazer um trabalho como freelancer”, sugere Bruna. A indicação é uma maneira muito comum e agradável de chegar à determinadas empresas, na opinião de Bárbara.
Na área de comunicação, é importante estruturar um portfólio online com links para matérias ou campanhas que já tenham sido publicadas. Caso você não tenha esse tipo de experiência, aproveite o tempo para desenvolver esse tipo de aprendizado, mesmo que seja voluntariamente. “Divulgar o trabalho de uma ONG na imprensa é sempre um desafio e, para isso, pode ser criado desde uma campanha publicitária, por meio de parcerias, como simplesmente divulgar um press-release sobre o trabalho que fazem”, recomenda Bruna. Criar ou contribuir com blog sobre assunto que você domine ou que te interesse também pode ser boa alternativa para mostrar seu trabalho.
“Força de vontade e iniciativa: proatividade é importantíssimo”, afirma Haag. Para o gerente, quem vai atrás do que almeja com certeza se destaca na busca. E ele garante que existem mais oportunidades do que as pessoas imaginam. Os programas de Trainee, por exemplo, são conhecidos como porta de entrada, que têm como foco o desenvolvimento do profissional no menor tempo possível.
Elaborar um currículo de maneira atrativa é mais importante ainda quando não se tem experiência na área. “O que importa para o recrutador é saber exatamente o que aquele candidato poderia fazer”, define Bruna. Valorize o que você tem: trabalhos voluntários, participação no centro acadêmico, intercâmbios, atividades extracurriculares. Evite adjetivos e use linguagem simples. Não exagere no tamanho e só coloque foto se for solicitado.
Procure cursos, aulas online, congressos, debates, eventos gratuitos, fóruns de discussão. Mantenha-se informado e leia sempre. Não altere sua rotina de busca de conhecimentos. “Muitas pessoas saem da faculdade e simplesmente param de estudar, dedicando-se apenas à procura de emprego. É um grande erro”, adverte Bárbara.
*Matéria produzida por Jacqueline Patrocinio e Nathália Carvalho
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