A situação da TVE e da FM Cultura do Rio Grande do Sul, veículos administrados pelo governo gaúcho por meio da Fundação Piratini, está crítica. Depois de o governador Ivo Sartori (PMDB) ver o seu desejo de encerrar as operações das emissoras ser aprovado pela Assembleia Legislativa, os funcionários realizaram, nesta segunda-feira, 26, protesto em frente à sede da empresa de comunicação pública. O ato ocorreu depois de policiais barrarem a entrada dos profissionais nas dependências da fundação.
O protesto começou quando funcionários da Fundação Piratini, que oficialmente estão em recesso coletivo até 2 de janeiro, foram proibidos de entrarem no prédio. Além de não conseguirem trabalhar, os profissionais não conseguiram nem ao menos pegar seus pertences que ainda estão nas sedes das emissoras. Com a situação, jornalistas e entidades da classe reclamaram se manifestaram em favor da improvável manutenção dos veículos de comunicação. “É um dia muito triste”, definiu o diretor do Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul, Guilherme Fernandes de Oliveira.
O Movimento dos Servidores da TVE e FM Cultura também se posicionou em nome dos funcionários concursados. Em nota divulgada originalmente no Facebook, o grupo pontua que com o recesso imposto, o canal televisivo e a estação de rádio seguem no ar sem exibição de telejornais ou outro tipo de programação própria em pleno fim de ano. “Algo impensável em quaisquer outros veículos de comunicação”, salientou a equipe. “Queremos trabalhar”, registraram os profissionais.
Os responsáveis pelo movimento afirmaram, ainda, que os funcionários que tentaram entrar na sede da Fundação Piratini foram “recebidos por seis viaturas da Brigada Militar”, que se apresentaram acompanhadas de “pequeno contingente do Batalhão de Choque”. “É preciso ficar claro: não somos nós a ameaça ao patrimônio público. Ao contrário, apenas a nossa presença dentro dos prédios da Fundação Piratini pode garantir a integridade do patrimônio físico e do patrimônio imaterial que eles abrigam”, garante o grupo.
“Os mesmos que impedem jornalistas e radialistas de fazer seu trabalho, como não se via de forma tão descarada desde a ditadura militar. Cometem assim um atentado ao direito ao trabalho e um atentado à liberdade de expressão. Tudo isto para realizar o maior dos atentados: tirar dos gaúchos e gaúchas suas duas emissoras públicas”, finaliza a nota do movimento. Até o começo da noite desta segunda-feira, a Brigada Militar, o governo do Rio Grande do Sul e a Fundação Piratini não se manifestaram oficialmente.
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